Foto: Zinclar/CBHSF
Se os primeiros desbravadores olharam para o vale do rio São Francisco com o intuito de apenas explorar as riquezas que por ventura estivessem ali disponíveis, com o passar dos anos, ficou evidente para os brasileiros que seria importante agregar tecnologia aos recursos naturais já disponíveis no vale do grande rio - “caminho da civilização brasileira”. A beleza, força e magnitude do rio deixaram de ser riquezas estritamente naturais, para se tornarem grandes aliadas na busca do desenvolvimento regional e nacional. O desenvolvimento do Vale do São Francisco passou a ser encarado não só como um compromisso de governo para com a melhoria das condições de vida dos sãofranciscanos mas também como uma perspectiva de desenvolvimento agrícola e até industrial do país.
Essa ideia, já bastante clara no propósito dos eminentes membros dos poderes Executivo e Legislativo, se concretizou no artigo 29 do Ato de Disposições Transitórias da Constituição de 1946, que determinou a execução de um plano de aproveitamento das possibilidades econômicas da bacia hidrográfica do São Francisco, num prazo de 20 anos, destinando para isso, por ano, o valor de não menos do que 1% da renda tributária da União.
Daí, decorreu a criação da Comissão do Vale do São Francisco, em 1948, por decreto do Congresso Nacional, cujo projeto passou por longos debates, com justificativas e defesas, sempre dentro da visão de que desenvolver o Vale do São Francisco seria desenvolver o Brasil.
Em um dos trechos da documentação histórica de 1947, nas palavras do então deputado Graccho Cardoso, lemos o seguinte: “Eis um dos problemas que sem nenhuma ênfase podemos classificar de verdadeiramente nacional: o aproveitamento e a utilização do Vale do São Francisco melhoramento ora encarado pela administração do país com assinalada compreensão de defesa da nossa economia agrícola e industrial. ”