Em semana decisiva para que os partidos declarem neutralidade ou apoio a um dos presidenciáveis no segundo turno, as siglas tendem a agir com cautela. Isso porque a polarização na disputa ao Planalto dificulta a decisão de apoiar um dos lados. Além disso, a escolha também pode interferir nos estados, já que das 27 unidades da Federação, 14 ainda devem encarar novas eleições em 28 de outubro.
"Claro que existem afinidades entre os partidos com (Fernando) Haddad ou com o (Jair) Bolsonaro. Isso é o princípio que salta aos olhos, mas tem a realidade ali nos estados, que é fundamental para sobrevivência do partido, para que ele fique mais forte", ponderou André César, analista político da Hold Assessoria.
No Distrito Federal, por exemplo, o candidato à reeleição para o Buriti, Rodrigo Rollemberg (PSB), declarou em primeiro turno apoio ao presidenciável Ciro Gomes (PDT). No segundo, no entanto, Bolsonaro tem mais votos do que o adversário petista, e ser contrário ao capitão reformado pode afastar eleitores. Na reunião do partido nesta terça-feira (9/10), PSB anunciou o apoio ao petista, mas deixou o governador livre para optar pela neutralidade. "Não vamos nos posicionar contra ninguém, vamos nos posicionar a favor de teses", disse Rollemberg, na saída da reunião.