Beatriz Martins tem, agora, 13 anos de idade
Com apenas seis anos, Beatriz Martins decidiu que sua missão seria ajudar o próximo e fazer a corrente do bem se multiplicar. Um dia, passeando de carro com a família, parou em um semáforo e viu crianças, como ela, pedindo balas para os motoristas. Chocada, não conseguiu entender as diferenças sociais entre ela e os outros meninos.
"Elas [as crianças] estavam com roupas rasgadas. Perguntei ao meu pai por que estavam daquele jeito", relembra, Bia, ainda inconformada com a cena. O pai, Ricardo Martins, empresário, 39, explicou a ela as diferenças sociais. "Mesmo assim, eu continuava não entendendo, achava uma injustiça", diz.
A cena não saiu da cabeça de Bia. Ela queria ajudar. Apesar de não saber como isso poderia ser feito, passou quatro meses guardando toda bala, pirulito ou doce que ganhasse. Quando chegasse o Natal, o plano era distribuir todos os doces na comunidade daquelas crianças do semáforo.
Surpreso com a atitude da filha, Martins chamou amigos, vizinhos, parentes e quem mais pudesse ajudar para recolher donativos para aquelas crianças. "No Natal daquele ano, atendemos 600 crianças", conta Bia. Ela ainda não sabia, mas acabara de fundar sua ONG. Na Páscoa e nas próximas datas comemorativas, a menina também entrou em ação, atingindo mais 2.000 crianças em todo o Estado de São Paulo. Não demorou muito para a iniciativa ganhar nome –"Olhar de Bia"– e se consolidar.
Hoje, com 13 anos e articulada como gente grande, Bia não para de multiplicar a corrente. Ampliou sua assistência para além das comunidades, e passou a fazer ações em escolas e creches. Em dezembro, enviou doações para as vítimas das fortes chuvas do Espírito Santo, que deixaram mais de 60 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.