domingo, maio 20, 2018

Pacientes e profissionais vivem caos com superlotação no Agamenon Magalhães, no Recife

Presidente do Cremepe diz que há casos em que uma ressuscitação necessária não tem condições de ser realizada e Secretaria Estadual de Saúde não se posiciona (Foto: SES-PE)

Queixas de pacientes e familiares de pacientes relacionada aos problemas decorrentes de superlotação nas emergências do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no bairro de Casa Amarela, Região Noroeste do Recife, viraram denúncia pública na Internet. O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) publicou em sua fanpage uma denúncia acompanhada de um vídeo intitulado Blitz Simepe, realizado às 8 horas da quinta-feira. “Isso aqui fere tudo que se possa esperar de respeito ao cidadão”, diz o presidente do sindicato, Tadeu Calheiros. “Tem que tomar uma medida enérgica para restringir o atendimento”, avaliou o presidente do Conselho Regional de Medicina em Pernambuco (Cremepe), André Dubeaux.

“É um espaço para vinte leitos que tem mais dez ou mais (improvisados), inclusive com macas no chão, puxadas por corda”, descreveu Márcio Pimentel, que acompanha um irmão. “Assistência é boa, mas ficam gerando mais atendimentos. Falta material porque é muita gente”, avalia. O posicionamento é o mesmo do presidente do Cremepe. “Se não resolver o problema do fluxo de pacientes (encaminhados pelas unidades) do Interior para a Capital não vai vai ter solução”, afirma, acrescentando que o problema é antigo, como constatou quando trabalhava no HAM, de 1993 a 1999, mas não tão grave como agora.

Para André Dubeaux, “o problema (das emergências do HAM) está aquém da possibilidade de solução”. Na denúncia publicada na Internet são citados corredores superlotados, pessoas em macas no chão, na recepção, expostas ao sol e até próximo da porta de um banheiro, além da falta de materiais básicos e escala defasada para a demanda da unidade. “É estarrecedor, é cenário de horror”, diz o presidente do Simepe.

André Dubeaux destaca que além da questão do fluxo de pacientes do Interior, as demais unidades de saúde da área não dão conta de atendimentos simples, como é o caso da Policlínica e Maternidade Professor Barros Lima, vinculado à Prefeitura do Recife. “A Barros Lima também tem problemas porque não foram chamados todos os profissionais”, diz, acrescentando que, por prática, o caso foi encaminhado para o Ministério Público de Pernambuco (MP-PE). A reportagem do Diario de Pernambuco solicitou informações e posicionamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES) que não foi enviado até o momento desta publicação.

Diário de Pernambuco

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