A esquerda ainda comemora o fato de os debates sobre a privatização da Petrobras terem chegado a todas as classes sociais, mas, por outro lado, preocupa-se com as manifestações pró-intervenção militar. Já as lideranças que apoiaram o governo de Michel Temer estão insones com a perda visível de autoridade do presidente e com o derretimento do seu capital político – o que ainda restava. Por outro lado, as mesmas apostam que o governo estadual ficou na berlinda nesse período. Foi muito criticado por usuários do transporte coletivo quando prometeu que 100% da frota de ônibus circularia nas ruas normalmente na greve, o que não aconteceu.
O governador Paulo Câmara (PSB) é o personagem político que mais se destacou no auge da crise, na avaliação do cientista político Ernani Carvalho, professor do departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco, onde atua como pró-reitor de pesquisa e pós-graduação. Mas Ernani acredita que as imagens negativas ou positivas dos candidatos a governador só vão se consolidar, no estado, a partir do momento que se formarem os palanques eleitorais nacionais. Ele lembrou que a paralisação gerou reações tão atípicas que, mesmo sendo ministro extraordinário de Segurança Pública do governo Michel Temer, Raul Jungmann (PPS) também ganhou visibilidade positiva ao longo dos protestos.