Por Moisés Almeida[1]
Não é de hoje que me manifesto publicamente a respeito do tratamento que o Governo do Estado dedica a Universidade de Pernambuco. Fui gestor por quatro anos e sofri na pele os constantes cortes no orçamento, devido a sua “política de contingenciamento”. Já publiquei alguns textos, apresentando uns dados que comprovam a diminuição de repasse financeiro, que já eram diminutos em demasia. Só para lembrar o investimento na UPE Campus Petrolina em 2014 foi de R$ 2.422.910,42 e em 2017 o executado chegou a R$ 1.721.427,20. As notícias para os recursos de 2018 não são alvissareiras e mais uma vez teremos uma dotação menor. Para vocês terem uma ideia, só a conta de energia da instituição, nos meses de intenso calor ultrapassa o valor de R$ 40.000,00. Atualmente a Gestão mal consegue manter a instituição aberta, estando prejudicada, por exemplo, a visita aos alunos que fazem estágio em escolas, postos de saúde e hospitais, devido à falta de orçamento para combustível.
No dia 26 de abril, a Gestão do Campus publicou uma nota à comunidade acadêmica com informações drásticas a respeito da quantidade insuficiente de servidores técnicos administrativos, para atender a uma demanda de mais de três mil pessoas. Quais as consequências para a vida prática da Instituição? Segundo a Gestão do Campus “a Biblioteca, maior bem da Universidade, não tem mais como manter suas portas abertas nos três turnos, só sendo possível o funcionamento das 14 às 20h. Estamos sem Secretários na Direção e Coordenação de Graduação. Nossa Secretaria não consegue atender todas as solicitações que chegam em tempo normal, visto que há apenas 02 funcionárias no setor, que também funciona agora de 14 às 20h. Nosso núcleo de apoio psicológico está com funcionamento suspenso, devido a inexistência de funcionários para o setor”. Lembramos que o concurso para servidores foi realizado em outubro de 2017 e até agora nenhum servidor foi chamado. A nota de grande valia para entendimento da situação caótica, termina afirmando que “não tem como sobreviver a este desmonte”.