A obra de transposição do rio São Francisco, que a União promete entregar até 2015, deve permitir que a água do rio atravesse centenas de quilômetros, levando-a a reservatórios no sertão nordestino.
Segundo o governo, o objetivo maior da transposição é a perenidade do abastecimento mesmo durante a seca. Os canais em construção pela União devem ter 13 grandes “portais”, que serão os pontos por onde a água será transferida para 23 açudes já existentes, além de 27 novas represas.
O grande desafio, no entanto, é o que vem a seguir – a distribuição da água recebida pelos estados beneficiados, que terão a tarefa de fazer essa água chegar às torneiras dos cidadãos.
A reportagem é de Maurício Moraes, publicada no site da
BBC Brasil, em 05/06/2014.
A definição e a regulamentação das regras e detalhes dessa redistribuição ainda estão em debate no Comitê Gestor da transposição, que se pauta pelo Relatório de Impacto Ambiental da Obra, o Rima.
Para o pesquisador João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, aí pode morar o problema.
“O governo federal vai chegar para os governadores do nordeste e vai colocar a seguinte questão: a nossa parte foi feita. A água do São Francisco abasteceu as principais represas do nordeste e a partir dai cabe a cada um dos senhores resolver os problemas das populações. Será que isso vai ser possível?”, questiona.