ONS afirmou que o pedido de vazão de 1.300m³/s não representaria prejuízo para o sistema elétrico nacional, porém, representantes do Distrito Irrigado Nilo Coelho, de Casa Nova (BA) e Petrolina (PE), e da Codevasf foram contra o pedido, por considerar que representa expressivo volume de água, correspondente ao economizado, por sete semanas, no Dia do Rio (Foto: Fernando Vinícius)
Acabou sem consenso a reunião promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), na manhã da quarta-feira (10 de janeiro), em Brasília (DF), para discutir o pedido formulado pela Prefeitura de Penedo para a prática de pulso de 1.700 metros cúbicos por segundo (m³/s) no rio São Francisco, como forma de viabilizar a procissão fluvial de Bom Jesus dos Navegantes. A festa secular reúne embarcações de diversos municípios ribeirinhos e acontece neste fim de semana. Entretanto, como a vazão praticada atualmente no chamado rio da integração nacional está em 550 m³/s, a atividade seria praticamente inviável.
Durante a reunião, transmitida por videoconferência para a região do Baixo São Francisco, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, reforçou a posição apresentada no início da semana, quando o assunto começou a ser discutido no âmbito da agência federal. Para o presidente do colegiado que representa diversos segmentos de usuários do Velho Chico, a procissão tem um forte caráter cultural e religioso para os ribeirinhos e é tão importante como qualquer outro usuário. Diante disso, Miranda defendeu a realização do pulso, mas questionou se uma vazão intermediária, entre o patamar atual, de 550m³/s e os 1.700m³/s solicitados, não atenderia a demanda apresentada. “Até porque desde 2013 estamos no período crítico do rio e mesmo assim, sempre houve a autorização”, ponderou ele.