Bolsonaro fez um forte discurso a favor do agronegócio para pedir apoio político dos integrantes do DEM
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira (12), que "não demarcaremos um centímetro quadrado a mais de terra indígena" e "não tem mais terra para quilombola" no Brasil. "Já acabou esse tempo", declarou durante reunião com parlamentares do DEM no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição. Bolsonaro também disse que percebeu que acertou na escolha do futuro ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quando viu as críticas de entidades ambientais contra a decisão.
No encontro desta quarta, Bolsonaro defendeu também a extinção de decreto que permite descontos de até 60% nas multas ambientais e que transforma os 40% restantes em investimentos para recuperação de florestas. "Nós respeitamos o meio ambiente, mas, pessoal, não dá mais para conviver com a indústria da multa", criticou. "Tem decreto que destina 40% das multas para ONGs para preservar meio ambiente. O que vamos fazer com aquele decreto? Cair fora", disse Bolsonaro dirigindo-se a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que estava ao seu lado. "Não vamos deixar esse pessoal se retroalimentar constantemente trabalhando contra nós", continuou Bolsonaro, que foi aplaudido.
Bolsonaro afirmou que Tereza Cristina seria também a ministra do Meio Ambiente, quando cogitava fundir as pastas, mas recuou após perceber que teria "problemas fora do Brasil". "Demos um passo atrás. A gente namora, fica noivo e casa. Não namora e casa. Recuamos e veio o garoto Ricardo Salles. Quando vi entidades ambientais criticando ele, eu falei: 'poxa, Onyx (Lorenzoni), acho que acertamos'", contou, provocando risadas entre os presentes.