A pena imposta a Lula pelo TRF4 foi de 12 anos. Doze anos mais oito anos dá 20 anos. Até 2038, portanto, quando terá 93 anos, Lula não poderá disputar eleições. Ficará fora da corrida de 2018, e das 6 seguintes.
Só quem tem 76 anos ou mais sabe o que é eleição presidencial sem Lula. Entre os 147 milhões de eleitores registrados no cadastro eleitoral, apenas sete milhões de pessoas pertencem a esta faixa etária. Tinham ao menos 18 anos para votar em 1960, ano em que se disputou no Brasil a última eleição direta para presidente antes do regime militar. Após a redemocratização, lá estava ele na corrida de 1989 ao Palácio do Planalto. Naquela e em todas as outras que se seguiram. Participou pessoalmente em cinco, duas por intermédio de Dilma. O placar, a seu favor, está assim: quatro vitórias e três derrotas.
Para os demais 140 milhões de eleitores, mesmo os que votarão pela primeira vez em 2018, eleição presidencial e Lula pareciam inseparáveis, feito arroz e feijão. Só que veio a Operação Lava-Jato, vieram os inquéritos, as denúncias, as ações penais — e veio a primeira condenação, seguida da decisão colegiada do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que tornou o ex-presidente inelegível por força da Lei da Ficha Limpa.