O aprofundamento das investigações da Polícia Federal no inquérito que apura se ocorreram contrapartidas para a publicação de um decreto que alterou regras para empresas que operam no setor de portos tem comprometido ainda mais pessoas próximas ao presidente Michel Temer. Documentos encontrados em uma ação da Operação Skala apontam que o coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho, amigo do presidente, enviou dinheiro ao exterior sem declarar à Receita Federal. Lima chegou a ser preso por dois dias durante a operação, no fim de março.
Os documentos estão em posse do Supremo Tribunal Federal (STF) desde o dia 23 do mês passado. O coronel Baptista é dono da Agerplan — empresa voltada para o segmento de urbanismo e engenharia que atua há mais de 40 anos no mercado. A PF encontrou indícios de que ele teria recebido R$ 1 milhão ao participar, por meio da empresa de sua propriedade, de um contrato firmado pela Engevix para realizar obras da Eletronuclear, estatal do setor de energia.