O problema é considerado de saúde pública e atinge principalmente a população mais jovem, diz Eládio Kokama, da região do Alto Solimões, no Amazonas. Ele disse que, ao voltar para sua aldeia, na semana que vem, pretende apresentar novas ideias e projetos para que os jovens indígenas tenham novas opções na vida. “Nosso jovem hoje termina o terceiro ano e não tem mais o que fazer. E aí vai praticar coisa errada, se envolver com bebida alcoólica, com drogas. Por isso, para mim, esse fórum é muito importante, porque a gente leva alguma coisa que vai ser desenvolvida na nossa região.”
Karkaju Pataxó, que faz parte da organização dos Jogos Indígenas Pataxó, no sul da Bahia, reforça que nas aldeias de seu povo o uso e o tráfico de drogas têm aumentado visivelmente. Ele acredita que o resgate dos jogos tradicionais pode ser uma ferramenta para mudar este cenário. “Uma coisa que temos discutido muito é não perder essa cosmologia que temos e fazer com que as atividades [esportivas] facilitem o processo de tirar o jovem dessa circunstância de risco.”