Enquanto o PT tenta romper o isolamento político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, líderes dos partidos de centro-direita no Nordeste enfrentam dificuldades em encontrar políticos dispostos a enfrentar o “lulismo” nas eleições majoritárias desse ano.
Esse foi o principal tema de debate nos bastidores do 17.º Fórum Empresarial do Lide, evento que reuniu empresários, presidenciáveis e lideranças políticas em Recife entre quarta-feira e hoje.
Como acontece desde 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff rompeu com o idealizador do evento, o ex-prefeito João Doria (PSDB), o Fórum não recebeu neste ano políticos do campo da esquerda - a exceção foi o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
Os dois casos mais emblemáticos - e que preocupam sobretudo o PSDB e o DEM - são justamente os de Pernambuco e Bahia, onde o deputado Bruno Araújo e o prefeito de Salvador, ACM Neto, desistiram de disputar os respectivos governos.
Em Pernambuco, as negociações locais caminham para a formação de um grande palanque estadual encabeçado pelo senador Armando Monteiro (PTB), que é próximo a Lula e faz elogios ao “legado” do ex-presidente no Nordeste. Nas conversas reservadas, tucanos reconhecem que o ex-governador Geraldo Alckmin tem “traços” nas pesquisas internas e não terá palanques sólidos.