Com aproximadamente uma centena de membros com origem nas Forças Armadas com postos estratégicos em ministérios e estatais na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), capitão da reserva do Exército, a desenvoltura do vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), que já assumiu interinamente a presidência em várias oportunidades, ainda no primeiro mês de governo, tem despertado insatisfação na base aliada civil. A bancada evangélica é a que mais reclama das convicções e declarações de Mourão.
Temas como aborto - que deve ser decisão da mulher, segundo Mourão - e mudança da capital de Jerusalém, pontos importantes para quem fez campanha para o presidente, em nome de Deus e da família, não estão na pauta de prioridades do vice que, segundo reportagem de O Estado de S. Paulo, após ouvidas fontes do primeiro escalão das Forças Armadas, age de forma "coerente" com o pensamento dos militares, especialmente quando faz críticas à política externa e sinaliza que a prioridade do governo deve ser a agenda econômica, e não a de costumes. Em outras palavras, o "Brasil acima de tudo e de todos".
"Cala a boca, Mourão"