Três integrantes de uma organização criminosa especializada em fraudes em concursos públicos de vários estados estavam inscritos no certame do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), realizado no dia 15. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil da Paraíba, cuja Delegacia de Defraudações e Falsificações investiga a quadrilha. A seleção teve participação total de 179.548 pessoas, disputando 109 vagas de níveis médio e superior.
Os supostos crimes estão sendo apurados pela Operação Gabarito, sob o comando do delegado Lucas Sá. Para ele, há fortes indícios de que a seleção do TJPE foi fraudada. “O concurso estava nos planos deles, como provam conversas de negociações entre o suspeito Flávio Borges e Dárcio Carvalho, o ‘professor Dárcio’”, destacou. Para ele, foram cometidas falhas na aplicação da prova e na fiscalização, porque havia salas sem detector de metais e ingresso de candidatos com celulares.
“Tudo isso, somado às informações obtidas na operação, sugere fortes indícios de que (o concurso do TJPE) foi fraudado, sim”. O delegado acrescentou ter encaminhado a suspeita ao Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), responsável pela organização do certame, e à Polícia Civil de Pernambuco.
A Operação Gabarito foi iniciada em março de 2017, a partir de denúncia anônima, com a identificação de três suspeitos. A primeira comprovação da atuação criminosa ocorreu no concurso do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), em maio. “Infelizmente entramos em contato com o IBFC e não foi permitido que a polícia fizesse o que foi feito no concurso do MPRN, quando conseguimos prender 19 pessoas (entre líderes, professores e candidatos)”, destacou o delegado Lucas Sá. “Só nos resta aguardar a lista de aprovados, para vermos se conseguiremos identificar alguém”, disse.