Especialista condena utilização de substâncias e dá recomendações a quem quer parar de fumar (Foto: campanha da ONG Aliança de Promoção da Saúde)
Deixar de fumar já não é fácil, e um vilão torna tudo ainda mais difícil: o uso de aditivos na produção do cigarro. Proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), elementos como amônia, mentol e açúcar aumentam as chances de dependência e do desenvolvimento de doenças como o câncer. Essas e outras substâncias continuam a ser utilizadas pela indústria do tabaco no Brasil, amparada por uma liminar concedida à Confederação Nacional da Indústria (CNI) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A questão (Adin 4.784) está pautada para ser julgada em definitivo nesta quinta-feira (19/10) pelo Plenário do STF.
Especialistas em saúde demonstram preocupação e alertam a população sobre os riscos. Ex-coordenadora do Programa Municipal de Combate ao Fumo do Rio e atual presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Tabaco (Abead), a psicóloga Sabrina Presman trata pacientes dependentes do fumo na clínica Espaço Clif, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Ela afirma que os aditivos são grandes responsáveis pela iniciação de jovens na dependência de cigarro e podem diminuir as chances de quem quer parar de fumar.
"Os aditivos deixam o cigarro com um sabor mais palatável e fazem com que crianças e adolescentes, especialmente os que ainda não experimentaram o fumo, não sintam tanta dificuldade na primeira tragada. Um verdadeiro convite à dependência", explica Sabrina Presman. "Além disso, substâncias como a amônia potencializam os efeitos da nicotina, dificultando ainda mais as chances de quem tenta se livrar do fumo".