Por Doriel Barros, presidente da Fetape
Depois de vários anos de crescimento da Esquerda na América Latina, essa região passa por um enorme retrocesso. O estranho é que isso acontece num momento em que o capitalismo vive uma grande crise mundial. As políticas adotadas pelos líderes de esquerda, em seus países, desafiaram os agentes e multiplicadores do capitalismo, uma vez que os mais pobres passaram a ganhar mais, reduzindo as desigualdades sociais, algo extremante adverso à política promovida pela Direita, até poucos anos atrás. Isso gerou uma revolta na elite conservadora, que resolveu retomar o poder pela força.
As estruturas desses países não foram (ou estavam) preparadas para esse grande conflito atual: de um lado, o capital, com as suas mais perversas formas de atrair os cidadãos e as cidadãs; e do outro, um modelo de desenvolvimento pautado na igualdade, que luta para gerar oportunidades para todas as pessoas. Esses dois Projetos estão em choque, ocasionando sérias fraturas naquele que está em processo de consolidação: o de Esquerda.
Os conservadores sempre governaram os países da América Latina e, durante muitos anos, criaram profundas desigualdades, e geraram a dependência de seus povos aos grandes empresários.