Blocos novos e antigos reviveram os desfiles nas ruas e rumaram para o polo da folia, em três dias de festa, nos quais as principais estrelas não estavam no palco, embora tenhamos assistido a animadas apresentações, com destaque para o resgate de talentos da própria cidade, da região e da música baiana. A verdadeira estrela da festa foi o povo, espalhado em frente às luzes e caixas de som.
A multidão juntou petrolandenses, visitantes de várias cidades, pessoas de todas as idades, de idosos até bebês, e pessoas de diversas condições sociais, unidos para celebrar esfuziantemente ou discretamente a alegria de viver. Alguns até fizeram de camarote a mureta que separa a faixa de areia do calçamento, sob as palmeiras, e ali se acomodaram para assistir à festa.
E a festa foi democratica, feita ao modo de cada um, com curtição, zoeira ou simples reunião familiar. Teve quem foi aproveitar o banho de sol e de rio, curtir os shows, tomar uma com os amigos ou as amigas, com ou sem cooler a tiracolo, e teve quem levou a família inteira e instalou mesa, cadeiras e churrasqueira. Teve também quem preferiu curtir um paredão, distante do palco, mas cercado de amigos, no estacionamento do Ginásio de Esportes, também na Orla.
Então, podemos dizer que valeu. Foi o maior e melhor carnaval de Petrolândia das últimas décadas, um resgate de tradições. O povo se levantou, sacudiu a poeira da fantasia e deu a volta na avenida para botar para fora, de forma transgressora ou contida, tudo que foi sufocado nos últimos anos. Parabéns, Petrolândia, por fazer um excelente carnaval em 2023 e que venham muitos outros, tão marcantes quanto foi esse.