Manaus (AM) – A procuradora da República em Serra Talhada, no sertão de Pernambuco, Maria Beatriz Ribeiro Gonçalves, falou à agência Amazônia Real sobre a insegurança do povo indígena Pankararu após uma reintegração de posse realizada pelas Polícias Federal e Militar no dia 13 de setembro, na Terra Indígena Pankararu. Na ação, os posseiros reagiram contra os policiais e, como vingança, eles destruíram os canos com picaretas, deixando 2.937 indígenas sem água potável nas aldeias Bem Querer de Baixo, Bem Querer de Cima, Caldeirão, Carrapateira, Caxiado e Saco e Tapera.
Beatriz Ribeiro disse que reforços de policiais foram enviados à terra indígena. Também assegurou que todos esforços serão tomados pelo Ministério Público Federal, em Serra Talhada, para que a reintegração seja realizada de forma pacífica. Ela afirmou que as famílias de posseiros estão sendo informadas que a Funai pagará indenização a elas. A Fundação Nacional do Índio já depositou em juízo R$ 6 milhões destinado as indenizações às famílias afetadas pela desintrusão (desocupação).
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reservou uma área com 18.500 hectares, chamada de Reassentamento Abreu e Lima, para reassentar as cerca de 100 famílias de posseiros. Com a divulgação do pagamento da indenização, conforme informou o MPF, mais de 50 famílias já deixaram a TI Pankararu.
“Esperamos que, agora mais bem-informadas, as famílias saiam da área espontaneamente e possam reconstruir seus lares com as indenizações já disponibilizadas pela Funai”, disse. “Vamos fazer o possível para que os indígenas tenham o usufruto exclusivo da área, como determina a Constituição”, completou.