Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A já virtual posse de Michel Temer após o afastamento de Dilma Rousseff vai dar ao PMDB uma concentração de poder que nunca se viu antes e que nem mesmo o próprio PMDB pôde ter quando, em 1986, elegeu 22 dos 23 governadores estaduais.
Naquela época, José Sarney era o presidente da República, mas, com a morte de Tancredo Neves, assumiu e era recém-filiado ao partido, apenas para cumprir a legislação da época, em que o mesmo partido deveria ter o presidente e o vice.
Agora, o partido que de lá para cá sempre foi aliado dos governos que se sucederam, mas nunca protagonista do poder, terá a Presidência da República, as presidências da Câmara e do Senado (numa substituição de Eduardo Cunha, o cargo caberia ao mesmo partido), todos os ministros com gabinete no Palácio do Planalto, o comando da política econômica – ainda que Henrique Meirelles não mais seja um peemedebista – e a coordenação política do futuro governo.
Além da concentração de poder no PMDB, na equipe de Temer, até aqui, não há mulheres no primeiro escalão.