O ano de 2014 ficará marcado, na gestão hídrica, não por qualquer grande avanço, mas por nos ter apresentado uma nova realidade: a escassez hídrica na região mais desenvolvida do país. Apregoada por tantos estudiosos do tema, finalmente ela chegou às duas maiores regiões metropolitanas brasileiras, originada na maior estiagem já observada na Bacia do Rio Paraíba do Sul, a crise da água, agora, passou a fazer parte do nosso cotidiano e as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo descobriram-se interdependentes deste rio.
Além destas áreas metropolitanas, outras cidades da região Sudeste também foram impactadas pela escassez, resultando numa crise inédita que, entretanto, foi pontuada mais pelo embate político do que pelas propostas concretas para evitar sua repetição futura.
Descontando o mau humor do clima e seus efeitos hidrológicos críticos, parte dessa crise poderia ter sido amenizada caso fossem consideradas as estratégias apontadas pelos gestores e a construção de uma agenda objetivando a intervenção positiva no ciclo hidrológico para atenuar os efeitos climáticos.