Quase todas as mulheres, em situações de aglomeração, convivem com
homens desagradáveis que insistem em se esfregar nelas. No transporte
público, a prática é comum
“Primeiro, eu fiquei com medo. Depois, veio a raiva. Muita raiva”. Essa foi a definição da universitária Luísa*, 21 anos, para o que sentiu depois do abuso que sofreu no caminho para o trabalho, em outubro do ano passado. “O ônibus estava cheio, então eu tentei não ficar paranoica. Mas, numa curva, ele encaixou em mim, literalmente. Fiquei com medo, porque não conseguia ver o tamanho dele, não conseguia ver nada”.
Infelizmente, Luísa estava frente a um adepto do que os médicos chamam de frotteurismo. Isso nada mais é do ato de se esfregar em uma pessoa sem o seu consentimento, geralmente em locais com grande aglomeração, como ônibus, trens e metrôs. Na linguagem das ruas, ela tinha acabado de receber uma encoxada.
Nas últimas semanas, o tema dominou o noticiário nacional. As histórias começaram a surgir depois que um universitário desempregado foi preso após tentar estuprar uma mulher dentro de um trem de São Paulo.
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