terça-feira, janeiro 24, 2023

Operação da PF investiga desvios em contratos da Secretaria de Saúde de Pernambuco com organização social para gestão de hospitais

Polícia Federal realiza a Operação 'Clã', que mira uma OS que administra hospitais e UPAs da Secretaria de Saúde de Pernambuco — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Uma operação da Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (24), investiga desvios de recursos públicos em uma organização social (OS) com contratos com a Secretaria Estadual de Saúde para gestão de hospitais e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). As suspeitas são de execução fictícia de serviços, superfaturamento, ocultação de valores e contratação direcionada de prestadores de serviços.

A PF não informou o nome da organização social investigada, mas imagens da operação que foram divulgadas pela corporação mostram policiais federais dentro do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no bairro dos Coelhos, na área central do Recife.

São investigados os crimes de peculato, organização criminosa, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Duas pessoas, que não tiveram nome ou cargo informados, foram afastadas das funções. O g1 entrou em contato com o Imip e com a Secretaria Estadual de Saúde, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

Operação 'Clã' da Polícia Federal investiga desvio em contratos da OS com a Secretaria de Saúde de Pernambuco — Foto: Polícia Federal/Divulgação

As irregularidades teriam ocorrido em contratos terceirizados, como os de limpeza hospitalar e fornecimento de comida, não envolvendo os serviços de saúde prestados pela OS, informou a Polícia Federal. Os nomes das empresas terceirizadas não foram divulgados.

Estão sendo investigados gestores da instituição e empresários das terceirizadas, que têm vínculos familiares e sociais entre si, de acordo com a PF. Por isso, a operação foi batizada de "Clã".

O valor do contrato firmado pela OS com uma das empresas investigadas é superior a R$ 89 milhões, segundo a Polícia Federal.

De acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), em um dos contratos, que tinha valor de R$ 24 milhões, foram estimados mais de R$ 1 milhão em sobrepreço, além de R$ 870 mil gastos sem que o pagamento de benefícios trabalhistas aos funcionários tenha sido identificado.

De acordo com a CGU, embora o contrato da OS seja com a Secretaria Estadual de Saúde, a investigação envolve recursos federais, já que parte do dinheiro tem origem no Fundo Nacional de Saúde (FNS).

Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão de documentos no Recife, em Olinda, em Paulista e em Aracaju. A operação teve a participação de 80 policiais federais e sete auditores da CGU.

Por g1 PE


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