sexta-feira, abril 11, 2014

No ''Conexão Reporter do SBT '' Roberto Cabrini, o repórter que mais esteve com Ayrton Senna nos seus três últimos anos de vida apresenta ''O Dia em que não terminou''

Roberto Cabrini de carona com Ayrton Senna 
Imagem: Conexão Repórter - SBT
Roberto Cabrini em entrevista a Assis Ramalho

Foi exibido pelo SBT nesta quinta-feira, dia 09 de abril de 2014 o programa Conexão Repórter: “Ayrton Senna – O Dia que não Terminou”. Apresentado por Roberto Cabrini, que apresentou-se como o repórter que mais esteve com Senna nos seus três últimos anos de vida (1992 pelo SBT e 1993-94 pela Rede Globo).

Mais uma homenagem aos 20 anos da morte do piloto. O repórter, que sempre que fala de Senna, utiliza seu arquivo pessoal, com uma série de entrevistas exclusivas. Desta vez, apresentando um material que não foi ao ar, grande parte portanto inédito na televisão.

O programa começou com trechos que costumam incomodar os fãs do piloto, com cenas da Williams-Renault FW16, de 1994, e falas que referem-se à morte do brasileiro.

Logo a seguir, trechos de making off, com Ayrton bem descontraído e tirando sarro de Cabrini, de forma surpreendente: “Esse é f..., o super Cabrini é f...”. Em outra tomada, olha para a câmera e fala: “Tá piscando essa p... aí, acabou a bateria?”.

Após, finalmente o repórter anuncia: “Primeiro de maio de 1994: um dia que ainda não terminou...”.

Aborda-se então o início no kart e a busca pela perfeição, que acarreta no encontro com o preparador de motores “Tchê”. Sem falar das categorias intermediárias, pula para o primeiro teste na Formula 1, com a Williams e a entrada na categoria aos 23 anos pela Toleman. “Aqui termina a trajetória de um homem, aqui começa a sua lenda”, anuncia.

A atenção volta então para o último GP, Ímola, com o acidente de Rubens Barrichello na sexta, 29 de abril (inclusive com a entrevista que deu após vê-lo no hospital) e a morte do austríaco Roland Ratzenberger, no sábado, 30. A seguir, uma cena de Ayrton, Frank Williams e técnicos da Goodyear, em que discute-se a instabilidade do carro com os pneus (à época, nos programas televisivos logo após a morte do piloto, falava-se que eram técnicos da Williams). Senna dizia repetidamente: “Não funciona”. E Williams: “Façam o que Ayrton está dizendo. Se ele tiver um acidente vocês terão sérios problemas”.

Segue-se então para a Trattoria Romagnola, restaurante típico, onde Ayrton comia frequentemente, desde 1989, quando da disputa do GP de Ímola, e onde jantou pela última vez. O proprietário mostra a nota da refeição, paga pelo empresário do brasileiro, e um autógrafo emoldurado, pendurado na parede. Disse que seis pessoas o acompanhavam, e o assunto da noite foram questões de segurança. Senna estava abatido pelos acidentes que aconteceram.

A partir de então, muitas repetições das cenas do acidente de Senna. Demasiado desconfortável assisti-las.

Adriane Galisteu, então namorada do piloto, fala que ao vê-lo estático, sem sair do carro e a seguir deitado no chão, acreditou que havia quebrado as duas pernas, ou com algum forte impacto nos músculos do pescoço.

Em nova entrevista, Cabrini pede a Senna que fale sobre os problemas da Williams. Após relutar um pouco diz que o carro está desequilibrado. O repórter reforça que o carro era crítico, ao contrário dos dois anos anteriores, com o cockpit apertado (o projeto anterior foi feito para as dimensões do francês Alain Prost, bem menor que Ayrton), e Senna tinha dificuldade em pilotar, com as mãos raspando nas laterais, ao virar o volante. A solução imediata foi estender o comprimento da barra de direção, de forma artesanal e inapropriada (mecanicamente contrariou normas de segurança, já que a emenda, de menor diâmetro, recebia a maior parte da força aplicada, causando fadiga e quebra do material). Apontou também que a barra de supensão foi lançada para a cabeça do piloto, penetrando dois centímetros, sendo esta a causa da morte, não havendo outras lesões no corpo.
Barra de direção da Williams FW16 
Imagem: Youtube.com 

Cabrini rememora o que ele define como palavras que ainda marcam corações: "Morreu Ayrton Senna da Silva.Uma notícia que a gente nunca gostaria de dar". Sem dúvidas, uma frase que os fãs do piloto, que permaneceram horas à frente da TV, naquele domingo após o acidente não esqueceram, mesmo após 20 anos.
O jornalista então revela que sempre acreditou que o piloto morreu na pista, tal qual Ratzenberger. Fatos que teriam sido ocultados, já que esta confirmação cancelaria a corrida. Nicola Larini, piloto da Ferrari e segundo colocado naquele GP concorda.

Especulou-se se havia imagens sobre a câmera onboard do carro Senna, que cortou a imagem segundos antes do acidente. Bernie Ecclestone afirmou que aquele momento a câmera foi desligada para que fosse acionada a câmera de Schumacher. Bem conveniente e tido como proposital, já que a FOCA queria omitir a causa do acidente.

Vemos então a chegada do avião com o corpo e o cortejo, pelas ruas de São Paulo.

Nova entrevista, em que Cabrini pergunta sobre o desejo de ter filhos. Senna afirma que sim, que gosta de crianças e que à medida que o tempo passa o ser humano deseja ter filhos. Pergunta-se sobre a situação do país, que tinha um campeão de Formula 1 e também muitas desigualdades, a resposta vem após uma das conhecidas longas pausas que Ayrton fazia antes de responder, pensando muito: “A situação do país reflete a condição da própria sociedade”.

Surge então sua irmã, Viviane Senna, falando das conquistas do Instituto Ayrton Senna e que o piloto deixou: “Mais do que vitórias e campeonatos um legado de valores”, e que Senna passou pela vida muito rápido, mas fez muito mais que pessoas que tiveram muito mais tempo. Sua mãe, D. Neide Senna, manuseando alguns dos famosos capacetes amarelos, diz que o que mais ficou foi a saudade do filho.

Lilian Vasconcelos, única esposa que Ayrton teve, no início dos anos 1980, deu um raro depoimento, bastante emocionada.


Lilian Vasconcelos
Foto: Terra.com.br

Adriane Galisteu, mostrando o Fiat Uno que ganhou de Senna há mais de 20 anos, disse: “...tem pessoas que não podiam morrer. Era um homem especial”.

Definindo o piloto com uma palavra, Cabrini afirma: “determinação”.
Em outra entrevista, Senna tira sarro novamente de Cabrini: “Fala mais devagar, fala mais baixinho, começa de novo”.

Finalizando, Cabrini diz que Senna é o símbolo máximo da Formula 1. Muitas outras homenagens virão, mas devemos relembrá-lo sempre, independente de aniversários de vida, de morte, de vitórias ou títulos.

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