Quantas pirâmides financeiras são necessárias para eleger um deputado? E quantas podem acabar com as chances de um parlamentar se reeleger? Contra as empresas ou a favor delas, o jogo político e eleitoral envolvendo a Telexfree e a BBom foi discutido às claras nesta quarta (21), em audiência pública na Câmara dos Deputados. Os números mostram o peso do tema. Só as duas empresas alcançaram mais de 1,2 milhão de pessoas, um público que tomou empréstimos e até abandonou o emprego para investir no lucro alto e rápido pago pelos negócios, suspensos pela Justiça por suspeitas de serem pirâmides financeiras, um crime contra a economia popular.
As duas empresas dizem usar o chamado marketing em rede, ou marketing multinível, para divulgar e vender seus produtos: no caso da BBom rastreadores de veículos e na Telexfree, planos de ligações telefônicas pela internet. Os interessados pagavam adesões de R$ 600 a mais de R$ 100 mil para participar das redes, mas não precisavam vender nada para ter um retorno de 30%, 40% ao mês. E ainda ganhavam bônus por levar mais gente para as redes.