sexta-feira, agosto 11, 2023

General Cid revendia joias de Bolsonaro nos EUA e ajudou Fred Wassef a recomprar Rolex para entregar ao TCU

Mauro Cid e o pai, general Mauro César Lorena Cid — Foto: Alan dos Santos/PR e Divulgação/Alesp

A Policia Federal constatou, durante as investigações sobre o sumiço das joias sauditas recebidas de presente por Jair Bolsonaro, que o general Lourena Cid, pai do ajudante de ordens Mauro Cid, não só ajudou a vender as joias nos Estados Unidos como atuou para ajudar a recomprá-las quando o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que o ex-presidente as devolvesse.

Segundo fontes envolvidas na operação da PF realizada hoje com busca e apreensão em endereços ligados a Lourena Cid, mensagens, e-mails e recibos mostram que o Rolex de diamantes já tinha sido vendido a uma joalheria e estava exposto para ser revendido em Miami quando o TCU deu cinco dias para que Bolsonaro devolvesse as joias.

Uma dessas joias era o Rolex de platina cravejado de diamantes recebido de presente em viagem oficial e que Mauro Cid havia cotado por US$ 60 mil dólares (aproximadamente R$ 300 mil). Até agora, o que se sabia era que Cid havia enviado emails para joalherias tentando vender o relógio, mas não se tinha a informação de que ele já tinha sido vendido.

O que a operação de hoje revela é que o coronel Mauro Cid conseguiu vender o relógio, o general Lourena Cid recebeu o dinheiro na conta dele e coube ao advogado da família Bolsonaro, Fred Wassef, recomprado. O relógio estava exposto em uma joalheria de Miami.

Lourena Cid é pai do coronel Mauro Cid e foi chefe da agência de fomento ao comércio exterior (Apex) até o último dia da gestão Bolsonaro. Ele morava em Miami.

Dada a urgência em reaver o relógio, o grupo teve que recomprá-lo por um valor maior do que o que tinha recebido pela venda, meses antes. Os valores do negócio ainda não são conhecidos.

De acordo com as informações recolhidas pela Polícia Federal, Lourena Cid atuou na venda de várias outras joias e objetos recebidos de presente pelo então presidente Jair Bolsonaro.

O tenente-coronel Mauro Cid está preso preventivamente no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília há mais de três meses, por conta da investigação que constatou fraudes no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro.

Mauro Cid teve envolvimento direto com as tentativas do governo Bolsonaro de reaver as joias apreendidas pela Receita em outubro de 2021.

Depois de três tentativas frustradas de liberar as peças, o Planalto tentou uma última cartada em 29 de dezembro de 2022, a dois dias do fim do mandato de Bolsonaro. Naquela data, o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, um funcionário da Presidência, foi enviado a Guarulhos em uma viagem de urgência em voo da Força Aérea Brasileira (FAB).

O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário