"Se a energia nuclear é cara, perigosa e poluente qual o motivo para instalar estas usinas em nosso país, no Nordeste brasileiro, ao lado do rio São Francisco?”
Uma forte ofensiva para a construção de novas usinas nucleares do país tomou fôlego no atual governo. Principalmente pelo fato de quem está a frente do Ministério de Minas e Energia é um almirante da marinha brasileira, atuante na área nuclear, tendo sido coordenador do programa Brasil e França para construção de submarinos, inclusive 2 deles movido a energia nuclear.
Além disso, outro fator não declarado abertamente contribuiu para esta ofensiva, o grande interesse de setores militares-civis para que o Brasil tenha sua bomba atômica. Tecnologia não falta ao país para construção deste artefato bélico. A questão atual para ainda não contar com a bomba tupiniquim é de origem econômica, pois seria necessário tornar competitiva a extração do urânio e de toda cadeia produtiva associada. Com as 6 usinas nucleares previstas, aumentaria assim a demanda desde a extração, as diferentes industrias envolvidas no ciclo do combustível nuclear.
Pernambuco é a bola da vez para receber em seu território um complexo nuclear, composto por 6 usinas, com uma potência instalada de 6.600 MW, a um custo total de 30 bilhões de dólares. O município “escolhido” foi o de Itacuruba distante 470 km de Recife, na beira do Rio São Francisco. Conhecido como rio da Integração Nacional, banha 7 estados, beneficiando com suas águas mais de 500 municípios, com 20 milhões de nordestinos dependendo direta ou indiretamente deste grandioso rio e de sua bacia hidrográfica.