Esse foi um dos principais motivos para a indignação que se instalou na reunião, entre os alunos dos cursos de extensão universitária e pós-graduação ministrados em Petrolândia, com turmas formadas a partir do segundo semestre de 2013, então pela Faexpe, com uso do nome da FUNESO/Unesf. Os alunos descobriram, ontem, que estão em situação indefinida, em meio às questões jurídicas, administrativas e acadêmicas, levantadas a partir da ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, Regional de Serra Talhada, contra a Faexpe (Faculdades Extensivas em Pernambuco) e suas parcerias no oferecimento de cursos de extensão universitária, pós-graduação, cursos técnicos, doutorados etc.
A reunião começou com atraso e foi aberta com ligeira discussão, seguida por palestra de Rodrigo Silva, que se apresentou como consultor em Educação e comentou o cenário da educação superior no país. Após algumas perguntas e respostas, que os alunos consideraram evasivas, por não apresentar solução imediata, mas pedir aos alunos paciência para aguardar uma "solução definitiva", após o estudo do caso pela aludida consultoria, após estudo da situação e alinhamento com as orientações do MPF, para elaboração de cenários futuros.
O consultor foi insistentemente cobrado a apresentar soluções imediatas, ao que respondia que não seria possível, pois seria leviano ao dizer que instituição A ou B aceitaria os alunos, e ao final de oito, prazo solicitado por ele para voltar a Petrolândia com a "solução definitiva", que não os colocaria em risco de passar novamente pela mesma situação daqui a alguns meses. Segundo ele, a intenção seria "evitar o desgaste dos alunos".
A situação dos alunos "estaria sendo solucionada. ''Existe um grupo de faculdades que está se reunindo, a Funeso, por exemplo, esteve interessada em resolver o problemas com vocês, está interessada, porque ela está envolvida no princípio de toda essa situação. Então parte da solução também está na Funeso." O consultor também informou que a solução precisa ser aceita pelo Ministério Público Federal.
Entre as dificuldades para regularização da situação dos alunos, o consultor citou que as instituições que têm uma nota do MEC abaixo de 3 não podem se expandir (abrir novos cursos e vagas), o que impediria algumas instituições de receber os alunos.
A certa altura, o consultor deixou claro que não estava ali representando "a instituição anterior" - a Faexpe. "Eu não posso responder pela Faexpe. Eu faço parte da solução". Mas também, em outro momento, disse não pertencer a Paranapanema, o que deixou os alunos insatisfeitos e confusos, pois sua intenção era receber esclarecimentos das instituições com as quais firmaram contratos e vínculos.
Uma das queixas dos estudantes foi quanto à ausência do professor Thiago Luna Gomes do Nascimento, representante da empresa Faexpe nos contratos iniciais com a Funeso/Unesf, e atualmente diretor geral da Unepós - Unidades de Estudos Especializados e Pós-Graduação Ltda/Faculdade Paranapanema.
Quanto à questão financeira, levantada por Sóstenes, que sugeriu deixar de pagar as mensalidades até que uma solução seja apresentada aos alunos, o consultor disse que, a seu ver, seria justo não pagar por não se estar usufruindo do benefício das aulas e que, após a regularização da situação, os alunos se motivariam a regularizar a situação financeira.
Aluno de Letras, Ricardo questionou a falta de acesso ao portal do aluno da Faculdade Paranapanema, no qual acreditava estar registrado. Foi neste momento que o consultor esclareceu que a situação de registro acadêmico dos alunos precisa ser regularizada, o que deverá ser feito após o estudo da consultoria.
Confrontado pelo aluno Márcio, que lhe pediu para dizer qual empresa o consultor representava no encontro, o sr. Rodrigo disse representar "um grupo educacional de mais de 10 empresas" e recusou-se a identificar nomes.
A última composição do Grupo Educacional ao qual pertencem Funeso, Paranapanema e Faxpe, foi divulgada em página da Excellence Educacional/Paranapanema - Tocatins no Facebook, no dia 04 de maio de 2015: Faculdade de Candeias, Centro Master de Educação Técnica e Profissional Ltda-CMETP, Funeso/Unesf, Horus Faculdades, Faculdade Paranapanema, Grupo Educacional, Faculdade SESPA, Faculdades Alto Iguaçu (FAI) e Núcleo Financeira da Faexpe (Faculdades Extensivas em Pernambuco).
A consultora jurídica, Alessandra, adiantou aos alunos que a Funeso já manifestou interesse em regularizar a situação dos alunos. Ela também foi confrontada pelos alunos, em busca da manifestação de representantes legítimos das entidades envolvidas na criação de toda a situação em que se encontram.
A última a falar foi a sra. Socorro Godoy, que instada a responder a qual empresa representava, por qual empresa ela e Magda eram contratadas, visto que os alunos não pertenciam a nenhuma faculdade, respondeu serem contratadas pela Faculdade Paranapanema. Após isso, a reunião terminou de forma abrupta, quando a sra. Socorro respondeu que não era dona da empresa, não podia responder por ela.
Nenhum dos representantes abordados pela reportagem do Blog de Assis Ramalho e Web Rádio Petrolândia aceitou dar entrevista. Após o final conturbado da reunião, os palestrantes deixaram o auditório da Câmara rapidamente, acompanhados pelos estudantes, em grande alvoroço.
Audiência Pública na Câmara Municipal de Petrolândia
Conforme antecipado na Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Petrolândia, realizada na noite de quarta-feira (29), o presidente da Casa Legislativa, Fabiano Jaques Marques, comunicou que será convocada audiência pública com representantes das entidades de serviços educacionais, Prefeitura, Ministério Público e outros para debater a situação dos alunos da Faexpe/Funeso/Unesf e Paranapanema no município.
A reunião deverá acontecer no dia 05 deste mês, véspera da data marcada pela consultoria do grupo educacional não identificado para apresentar a solução definitiva aos estudantes dos cursos livres oferecidos em Petrolândia.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho
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