Vladimir Putin, presidente da Rússia - Foto: Gavriil Grigorov/Pool/AFP
Rússia há muito deseja negociar diretamente um acordo integral e definitivo
Por AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se pronunciou a favor de buscar um acordo de paz integral na Ucrânia em vez do cessar-fogo que vinha impulsionando, uma mudança anunciada horas depois de que a cúpula com seu par russo, Vladimir Putin, não trouxesse avanços claros.
Antes da reunião no Alasca, conseguir uma interrupção imediata das hostilidades havia sido uma demanda central de Trump e dos líderes europeus, incluindo o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que se reunirá na segunda-feira com o mandatário americano em Washington.
Essa mudança parece favorecer Putin, que há muito deseja negociar diretamente um acordo integral e definitivo. Kiev e seus aliados europeus, ao contrário, veem isso como uma forma de Moscou ganhar tempo para ampliar suas conquistas territoriais.
No entanto, essa via é "a melhor maneira de pôr fim à terrível guerra entre a Rússia e a Ucrânia", escreveu Trump em sua rede Truth Social. "Um simples acordo de cessar-fogo (...) muitas vezes não se sustenta", afirmou, apesar de ter ameaçado Moscou com "consequências muito graves" se não cessasse as hostilidades.
"A triste realidade é que a Rússia não tem intenção de pôr fim a esta guerra em um futuro próximo", declarou a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas.
De volta a Moscou, Putin disse que a cúpula com Trump havia sido "oportuna" e "muito útil". "A conversa foi muito franca, substantiva e, em minha opinião, nos aproxima das decisões necessárias", afirmou, segundo o Kremlin.