O Pontão de Cultura Cabras de Lampião, idealizado pela Fundação Cultural Cabras de Lampião, vem promovendo uma ampla jornada de atividades formativas em diversas regiões do Sertão de Pernambuco. Reconhecido oficialmente como Pontão de Cultura pelo edital da PNAB-PE (Política Nacional Aldir Blanc – Ministério da Cultura, Governo Federal, em parceria com a Secretaria de Cultura de Pernambuco), o projeto reafirma mais de três décadas de atuação da Fundação no fortalecimento da cultura popular e tradicional.
A iniciativa tem como foco artistas, agentes culturais, Pontos de Cultura já certificados e grupos e coletivos que ainda não possuem certificação, conforme os parâmetros da Política Nacional de Cultura Viva. Mais do que oficinas, o projeto tem se consolidado como um espaço de escuta, valorização e reconhecimento de comunidades historicamente invisibilizadas, como povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e povos de terreiro.
Povos indígenas e quilombolas no centro da açãoEm cada território visitado, o Pontão tem priorizado a presença e a escuta dos povos tradicionais.
• Itacuruba recebeu a equipe na Escola Estadual Indígena Luiz Pereira Leal, da Comunidade Pankará, no Serrote dos Campos. Lideranças indígenas participaram de atividades sobre certificação de Pontos de Cultura, Patrimônio Vivo e valorização das manifestações culturais reconhecidas pela Lei Cultura Viva.
• Em Tacaratu, artistas e brincantes do povo Pankararu participaram ativamente, com destaque para os grupos Coco de Tebei e Coco das Antigas, manifestações que preservam a memória e a identidade local.
• Já em Mirandiba, a mobilização foi marcada pela forte presença das comunidades quilombolas, reunindo representantes de mais de dez territórios, como os Quilombos Feijão e Posse, Pedra Branca, Serrotinho, Jardim, Serra do Araçá, entre outros. Benzedeiras, raizeiras, trancistas, grupos de afoxé, mestres de coco, bonequeiras e guardiões da cultura alimentar reafirmaram a diversidade da chamada “África Nordestina no Sertão Pernambucano”, como definiu Maria José, do Quilombo Feijão e Posse.
• No Sertão do São Francisco, as atividades chegaram a Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Orocó e Cabrobó. Em Orocó, destaque para a participação da Comunidade Indígena Truká da Ilha de São Félix, da centenária Banda de Pífanos Valeriana dos Reis e da guardiã da Dança do Cajado, dona Maria José, do Quilombo da Mata de São José.