Eloi Manoel Viana (Fotos; Acervo da família)
Cristiane Souza, neta de Eloi Manoel Viana fez leitura da Biografia do avô - Vídeo: Assis Ramalho
Eloi Manoel Viana, também conhecido como Elói Bento, nasceu em 31 de dezembro de 1922, no município de Petrolândia.
Menino sertanejo, aos 13 anos, sem pai e sem mãe, e, com apenas um pedaço de "terra seca" teve que encarar as adversidades da vida.
Trabalhou em usina de açúcar e álcool, de alugado, de tropeiro e de marchante. Com o tempo, conseguiu comprar alguns caprinos e bovinos, pois tinha muita vontade de “crescer na vida”.
Trabalhou de alugado para terceiros durante o dia, e, à noite, cuidava da sua pequena fazenda.
O grande amor de sua vida foi Dona Senhorinha, com quem esteve noivo, e, na ocasião, ele que trabalhava na usina, adoeceu. Ao adoecer, com receio de não ter como sustentá-la, chegou a dizer-lhe que, em razão da enfermidade, não poderia mais se casar com ela; mas a noiva muito determinada e que por ele se apaixonara, de pronto, respondeu-lhe que se ele não pudesse casar ficariam os dois solteiros.
Seguros do amor, casaram-se e viveram juntos por mais de meio século até a sua morte.
Foi pecuarista, comerciante e agricultor de sucesso. Eloi Bento, como era conhecido, fez parte do primeiro perímetro de irrigação do Vale do São Francisco, o saudoso núcleo colonial de Barreiras, onde, além de produzir frutas, iniciou a produção de frango de corte, passando a ser o maior produtor desse segmento na região, inclusive trabalhando em sistema de integração com dezenas de outros pequenos produtores, alavancando uma importante e promissora atividade econômica na cidade de Petrolândia.
Em razão desse marco histórico, projeto de lotes irrigados ficou conhecido pelos moradores da região como “as granjas”.
Elói Bento também era criador de gado no regime extensivo, na antiga Fazenda Mandacaru, local onde, atualmente, parte do Perímetro Apolônio Sales está alocado, tendo sido sua última morada nesse plano.
Sentindo a necessidade de levar os filhos para estudar, construiu uma casa e uma bodega na Ruinha de Barreiras, atividade desenvolvida com ajuda de sua família (esposa e filhos) e, assim, garantiu estudo para todos.
Um homem trabalhador, justo, de gênio forte e, ao mesmo tempo, extrovertido, Eloi Bento deixou cinco filhos (Zezé (em memória), Lena, Bezinho, Miguel e Cicero), 15 netos e 17 bisnetos, mais de 100 afilhados, que têm nele uma referência de homem íntegro, trabalhador e empreendedor.
Entre os conselhos que Elói Bento dava, dizia: "Quer ser feliz, nunca queira nada de ninguém", "quem compra fiado não pode vender fiado" e "não bajulo homem nenhum, nem que seja rico".
Conhecido entre nós pelas risadas que dava ao contar seus feitos, especialmente um que para os netos contou que aprendeu a nadar quando o pai dele o jogou dentro do rio fundo para que aprendesse a nadar ou “morresse”. “Teve que aprender na marra”, dizia ele.
ELOI BENTO não acreditava que qualquer homem fosse capaz de cobrir a Petrolândia antiga com água e nem que água pudesse chegar nas proximidades da sua Fazenda Mandacaru. Ficou surpreso com o acontecimento, e, resiliente que era, logo cuidou de aproveitar a água para produzir, até que no 13 de abril do ano de 1994, fez sua última viagem, para junto do Pai Eterno, deixando muitas saudades a família e entre legião de compadres, afilhados e muitos amigos, sobretudo, um legado de superação, integridade e da alegria que o mundo tanto anseia.
Em nome da minha família, me dirigindo a Vossa Senhoria Vereador Silvio, confirmando que os nossos familiares, principalmente os que aqui residem, sabemos da grande importância desse empreendimento para economia local e regional e, sobretudo, para quem vive da agricultura. Agradecemos enormemente a homenagem ao nosso querido, meu avô, Eloi Viana e que o exemplo de vida dele sirva de inspiração para todos. Parabenizamos o Prefeito Fabiano pela entrega e, ao povo de Petrolândia, por esse e outros presentes, nessa data tão especial em que nossa Petrolândia completa 114 anos de emancipação política.
E para finalizar, peço licença para lembrar do meu pai, “Neuzinho”, que nos deixou há 1 ano e 1 mês e que com certeza, faria a sua homenagem, e que minha irmã Ivanise que continua o legado, fará a leitura.
Um volta ao tempo
E a trajetória relembrar
Eloi Manoel Viana
Teve muito a nos ensinar
Sertanejo que não se esquivou
Em meio às adversidades
E por sua ética e integridade
Era admirado na cidade
Homem trabalhador
Que pela família sempre lutou
E teve a Dona Senhorinha
Como seu grande e eterno amor
Entre filhos e netos
Com muita alegria viveu
Contando suas histórias
De exemplo para quem o conheceu
Uma justa homenagem
O seu nome a CEAPE receber
Eternizando esse grande produtor
Para Petrolândia engrandecer
Que a sua capacidade de empreender
Sempre sirva de inspiração
Para os cidadãos de Petrolândia
Que buscam a superação
Cristiane Souza, neta de Eloi
Vídeo: Assis Ramalho
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