O Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE) realizou, nos dias 13, 14 e 15 de junho de 2025, o Curso de Biocarvão para Reflorestamento da Caatinga. A experiência utilizou madeira de algaroba, uma espécie invasora que ameaça a biodiversidade do bioma Caatinga, e a casca de coco verde como matéria-prima para a produção de biocarvão. As atividades teóricas e práticas ocorreram nas instalações do instituto e na Fazenda Escola do IFSertãoPE – Campus Floresta, em Pernambuco.
O evento foi patrocinado pela ATMOSFAIR, uma sociedade anônima (GmbH) sem fins lucrativos sediada em Berlim, Alemanha, com apoio do Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA). O curso foi ministrado pelas instrutoras Susan Johana Benites Cañote, engenheira industrial e doutoranda no Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Monique Azevedo da Silva, consultora externa especializada em biologia, formada em Enfermagem pela FACIPE e estudante de Ciências Biológicas na Universidade de Pernambuco (UPE).
Durante o curso, os participantes demonstraram grande motivação e engajamento, adquirindo conhecimentos sobre tecnologia e inovação ambiental. O curso destacou a produção de biocarvão a partir da casca de coco e da madeira de algaroba, com ênfase em suas aplicações para o reflorestamento e em novas possibilidades de pesquisa. O diretor do IFSertãoPE – Campus Floresta, Iran Torquato, destacou a relevância do evento.
Adelmo Azevedo, Agente de Desenvolvimento do Banco do Nordeste no território do Sertão de Itaparica, ressaltou a importância do curso como uma oportunidade inovadora para fortalecer a economia circular e criativa, pilares estratégicos do desenvolvimento sustentável no semiárido brasileiro.
Para a zootecnista Cinthia Priscilla Lima Cavalcanti, formada pela UFRPE-UAST e Mestre em Ciência Animal pela UNIVASF, a algaroba, muitas vezes vista como um problema ambiental, pode se tornar uma solução sustentável e econômica para o Sertão. "O uso da algaroba na produção de biocarvão é uma alternativa promissora que, além de controlar seu crescimento desordenado, contribui para o reflorestamento da Caatinga e fomenta novas oportunidades econômicas na região", afirmou.
O engenheiro de pesca Gildo Novaes, formado pela UFRPE-UAST, avaliou que o curso promoveu interação e conexões entre participantes e organizações. Ele destacou que a produção de biocarvão oferece uma alternativa ao carvão convencional, cuja fabricação está ligada ao desmatamento. "Essa abordagem sustentável ajuda a reduzir a degradação ambiental e amplia as possibilidades de uso da algaroba, que deixa de ser vista apenas como uma planta forrageira", explicou.
Já o engenheiro agrônomo Aldenir José da Silva, formado pelo CESVASF de Belém do São Francisco (PE), acredita que a adoção dessa prática pode beneficiar tanto os produtores locais quanto o meio ambiente. "Iniciativas como essa são fundamentais para transformar desafios em oportunidades no contexto do semiárido brasileiro", concluiu.
O evento foi uma realização do IFSertãoPE – Campus Floresta, com apoio da ATMOSFAIR, CCBA - Centro Cultural Brasil-Alemanha, Agroecologia e Energias Alternativas para Todos (AGREGA), em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Biorrefinaria Experimental de Resíduos Sólidos Orgânicos (Berso), além da participação do Programa de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste (PRODETER-BNB).
Com informações e fotos AD Adelmo Azevedo/BNB.
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