A Folha Sertaneja homenageia Petrolândia, em belo texto do professor Galdino.
Petrolândia é uma cidade do Estado de Pernambuco. Os seus habitantes são os petrolandenses.
O município se estende por 1.056,km² e o Censo do IBGE divulgado no dia 28 de junho de 2023 diz que a população deste município, que completa 114 anos em 1º de julho de 2023, era de 32.492 habitantes no ano de 2010, quando foi feito o último Censo brasileiro e no Censo atual, concluído em 2022, a sua população é de 34.161 habitantes.
Hoje, 1º de julho de 2023, o povo petrolandense celebra os 114 anos de vida de um município que teve tantos nomes e tantas histórias e os seus moradores viram suas muitas vidas, suas raízes mais profundas, seus ancestrais pioneiros ficarem debaixo de mais de 11 bilhões de metros cúbicos das águas do reservatório de Itaparica, há 35 anos atrás.
Como é alto o preço que se paga pelo progresso... As terras férteis de tantas histórias, as plantações das muitas fruteiras cujos frutos iam para os grandes centros até pelos aviões da Varig saindo de Paulo Afonso...
Por certo que o festejar de novo ano, na nova cidade não traz o esquecimento de um passado recente, nem cura a dor dos que um dia viram suas casas, o cemitério, o campo santo, onde estavam sepultados seus entes queridos, suas igrejas, sendo, aos poucos, encobertos pelas muitas águas... Muitos morreram de banzo, saudade, sentimento de perda dos bens mais preciosos...
A história de Petrolândia, que já foi Jatobá, Tacaratu, Itaparica é mesmo muito enigmática. O caminho dos trilhos da Estrada de Ferro Paulo Afonso, ferrovia Piranhas/Jatobá, símbolo da união do baixo com o alto São Francisco, também símbolo de desenvolvimento, também enferrujaram e se desmancharam debaixo das águas.
As tantas águas, que foram chegando aos poucos, não pouparam nem os seus espaços mais preciosos e sagrados como a antiga Igreja Matriz de São Francisco de Assis que, no caminhar dos séculos também tem muitas histórias, que como as histórias centenárias de Petrolândia e de seu povo, vêm sendo resgatadas pelo Instituto Geográfico e Histórico deste município, que relata que esta igreja matriz teve sua pedra fundamental assentada, em 1884, como fruto da campanha missionária realizada pelos Frades Capuchinhos italianos na região, e contou com o apoio dos representantes locais da Estrada de Ferro, inaugurada um ano antes.
Diz ainda o IGH/Petrolândia, dirigido por Paula Rubens, em sua página na Internet:
Segundo os documentos da igreja, primeiro foram construídas a Capela-mor, duas sacristias e uma murada na qual se improvisou uma latada onde as celebrações aconteciam.
A igreja só foi concluída em 1961, com a ajuda do Núcleo Colonial do São Francisco, quando foram edificados três altares e a cobertura da capela Mor. No interior da igreja, ao fundo e ao alto entre as duas torres, um coro com lastro e cercado de madeira abrigava a serafina.
Em 1970, sob a batuta do Padre Cristiano, o Conselho de Leigos concluiu a reforma do interior da matriz, que ganhou espaço para o coral no altar lateral direito e para adoração do Santíssimo no altar esquerdo. A parede frontal do altar decorada por pedras “de fogo”, abundantes em Petrolândia, a cruz de Jatobá e os pés de troncos de angico da mesa, significavam a valorização dos elementos locais, sinal dos novos tempos da igreja pós Concílio Vaticano II.
Esse rico patrimônio centenário também foi submerso pelas águas do Reservatório de Itaparica.
A alegria de ver o município comemorando mais um aniversário, certamente também desperta em cada um dos moradores da antiga Petrolândia e seus descendentes têm a sua memória voltada para aqueles anos da chegada das muitas águas
E como um monumento natural, bem no meio das águas desse mar em que virou o sertão, como já pregava o beato Conselheiro, ergue-se a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, de Barreiras/Petrolândia.
História
Com uma longa história que remete ao século XVIII, o hoje município de Petrolândia em Pernambuco já teve vários nomes.
Em 1883 era Jatobá, a última estação da Estrada de Ferro Paulo Afonso, também conhecida como Estrada de Ferro Piranhas/Jatobá.
Em 1º de julho de 1909, Jatobá passou a ser cidade e Tacaratu era um dos seus distritos.
Em 1926 Tacaratu voltou a ser sede do município e Jatobá foi rebaixado a distrito de Tacaratu.
Em 1935 a vila de Jatobá de Tacaratu, passou a denominar-se Itaparica.
Em 1938, Itaparica passou a ser sede do município e Tacaratu volta a ser Distrito.
Em 1943, Itaparica passou a denominar-se Petrolândia, em homenagem ao imperador Pedro II, significando “Terra de Pedro”.
Em 1953, Tacaratu é desmembrada do município de Petrolândia que foi elevado novamente à categoria de município e sede de comarca
Em 1988, a cidade de Petrolândia é inundada pelo reservatório de Itaparica e seus moradores transferidos para agrovilas e a nova cidade construída pela Chesf, cerca de 20 quilômetros acima da cidade inundada.
Em 1990, foi criado o Distrito de Jatobá, subordinado à Petrolândia
Em 1995, o Distrito de Jatobá é elevado à condição de município, separando-se de Petrolândia.
No dia em que o município de Petrolândia completa 114 anos o IGH de Petrolândia conta um pouco dessas muitas histórias em um Roteiro da emancipação, ilustrado com fotos históricas do seu acervo.
Petrolândia – Roteiro da emancipação
Por – Instituto Geográfico e Histórico de Petrolândia
Presidente – Paula Rubens
No princípio Petrolândia se chamava Jatobá e pertencia ao município de Tacaratu.
Este foi o lugar escolhido para a construção da Estação, ponto final da Estrada de Ferro Paulo Afonso, construída a partir de Piranhas (AL). A primeira a chegar ao Sertão.
A Lei Estadual nº 991, de 1º de julho de 1909, elevou Jatobá à categoria de cidade. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911,segundo o IBGE, o município é constituído de quatro distritos: Jatobá (sede), Tacaratu, Espírito Santo e Volta do Moxotó.
Mas a falta de conclusão dos trabalhos de melhoramento do rio e construção da ferrovia Juazeiro-Salvador desviou o trânsito de mercadorias e o comércio em Jatobá decaiu bastante.
Pela Lei Estadual nº 1.931, de 11 de setembro de 1928, foi extinto o distrito de Espírito Santo, sendo seu território anexado ao distrito de Moxotó. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933 o município é constituído de três distritos: Tacaratu, Jatobá de Tacaratu (ex-Jatobá) e Moxotó (ex-Volta do Moxotó).
A vila de Jatobá de Tacaratu, então pertencente ao município de Tacaratu, passou a denominar-se Itaparica pela Lei Estadual nº 12, de 11 de setembro de 1935.
No quadro fixado para vigorar no período 1939-1943 o município de Itaparica aparece com três distritos: Itaparica (sede), Tacaratu e Volta (ex-Moxotó).
Pelo Decreto-lei Estadual nº 952, de 31 de dezembro de 1943, Itaparica passou a denominar-se Petrolândia. O topônimo Petrolândia, um híbrido do latim Petrus com lândia, da desinência anglo-saxônica land (terra), é uma homenagem ao imperador Pedro II, significando “Terra de Pedro”.
A Lei Estadual nº 1.818, de 29 de dezembro de 1953, Tacaratu é desmembrada do município de Petrolândia que foi elevado novamente à categoria de município e sede de comarca. Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960 o município aparece com dois distritos: Petrolândia e Volta.
Pela lei municipal nº 645, de 1º de junho de 1990 foi criado o Distrito de Jatobá, subordinado à Petrolândia. Essa configuração perdurou por cinco anos, quando a lei estadual nº 11.256, de 28 de setembro de 1995, anexando o Distrito de Volta, elevou o Distrito de Jatobá à condição de município, separando-o de Petrolândia.
Mais informações:
IGH/Petrolândia - https://ighpetrolandia.wordpress.com
O município se estende por 1.056,km² e o Censo do IBGE divulgado no dia 28 de junho de 2023 diz que a população deste município, que completa 114 anos em 1º de julho de 2023, era de 32.492 habitantes no ano de 2010, quando foi feito o último Censo brasileiro e no Censo atual, concluído em 2022, a sua população é de 34.161 habitantes.
Hoje, 1º de julho de 2023, o povo petrolandense celebra os 114 anos de vida de um município que teve tantos nomes e tantas histórias e os seus moradores viram suas muitas vidas, suas raízes mais profundas, seus ancestrais pioneiros ficarem debaixo de mais de 11 bilhões de metros cúbicos das águas do reservatório de Itaparica, há 35 anos atrás.
Como é alto o preço que se paga pelo progresso... As terras férteis de tantas histórias, as plantações das muitas fruteiras cujos frutos iam para os grandes centros até pelos aviões da Varig saindo de Paulo Afonso...
Por certo que o festejar de novo ano, na nova cidade não traz o esquecimento de um passado recente, nem cura a dor dos que um dia viram suas casas, o cemitério, o campo santo, onde estavam sepultados seus entes queridos, suas igrejas, sendo, aos poucos, encobertos pelas muitas águas... Muitos morreram de banzo, saudade, sentimento de perda dos bens mais preciosos...
A história de Petrolândia, que já foi Jatobá, Tacaratu, Itaparica é mesmo muito enigmática. O caminho dos trilhos da Estrada de Ferro Paulo Afonso, ferrovia Piranhas/Jatobá, símbolo da união do baixo com o alto São Francisco, também símbolo de desenvolvimento, também enferrujaram e se desmancharam debaixo das águas.
As tantas águas, que foram chegando aos poucos, não pouparam nem os seus espaços mais preciosos e sagrados como a antiga Igreja Matriz de São Francisco de Assis que, no caminhar dos séculos também tem muitas histórias, que como as histórias centenárias de Petrolândia e de seu povo, vêm sendo resgatadas pelo Instituto Geográfico e Histórico deste município, que relata que esta igreja matriz teve sua pedra fundamental assentada, em 1884, como fruto da campanha missionária realizada pelos Frades Capuchinhos italianos na região, e contou com o apoio dos representantes locais da Estrada de Ferro, inaugurada um ano antes.
Diz ainda o IGH/Petrolândia, dirigido por Paula Rubens, em sua página na Internet:
Segundo os documentos da igreja, primeiro foram construídas a Capela-mor, duas sacristias e uma murada na qual se improvisou uma latada onde as celebrações aconteciam.
A igreja só foi concluída em 1961, com a ajuda do Núcleo Colonial do São Francisco, quando foram edificados três altares e a cobertura da capela Mor. No interior da igreja, ao fundo e ao alto entre as duas torres, um coro com lastro e cercado de madeira abrigava a serafina.
Em 1970, sob a batuta do Padre Cristiano, o Conselho de Leigos concluiu a reforma do interior da matriz, que ganhou espaço para o coral no altar lateral direito e para adoração do Santíssimo no altar esquerdo. A parede frontal do altar decorada por pedras “de fogo”, abundantes em Petrolândia, a cruz de Jatobá e os pés de troncos de angico da mesa, significavam a valorização dos elementos locais, sinal dos novos tempos da igreja pós Concílio Vaticano II.
Esse rico patrimônio centenário também foi submerso pelas águas do Reservatório de Itaparica.
A alegria de ver o município comemorando mais um aniversário, certamente também desperta em cada um dos moradores da antiga Petrolândia e seus descendentes têm a sua memória voltada para aqueles anos da chegada das muitas águas
E como um monumento natural, bem no meio das águas desse mar em que virou o sertão, como já pregava o beato Conselheiro, ergue-se a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, de Barreiras/Petrolândia.
História
Com uma longa história que remete ao século XVIII, o hoje município de Petrolândia em Pernambuco já teve vários nomes.
Em 1883 era Jatobá, a última estação da Estrada de Ferro Paulo Afonso, também conhecida como Estrada de Ferro Piranhas/Jatobá.
Em 1º de julho de 1909, Jatobá passou a ser cidade e Tacaratu era um dos seus distritos.
Em 1926 Tacaratu voltou a ser sede do município e Jatobá foi rebaixado a distrito de Tacaratu.
Em 1935 a vila de Jatobá de Tacaratu, passou a denominar-se Itaparica.
Em 1938, Itaparica passou a ser sede do município e Tacaratu volta a ser Distrito.
Em 1943, Itaparica passou a denominar-se Petrolândia, em homenagem ao imperador Pedro II, significando “Terra de Pedro”.
Em 1953, Tacaratu é desmembrada do município de Petrolândia que foi elevado novamente à categoria de município e sede de comarca
Em 1988, a cidade de Petrolândia é inundada pelo reservatório de Itaparica e seus moradores transferidos para agrovilas e a nova cidade construída pela Chesf, cerca de 20 quilômetros acima da cidade inundada.
Em 1990, foi criado o Distrito de Jatobá, subordinado à Petrolândia
Em 1995, o Distrito de Jatobá é elevado à condição de município, separando-se de Petrolândia.
No dia em que o município de Petrolândia completa 114 anos o IGH de Petrolândia conta um pouco dessas muitas histórias em um Roteiro da emancipação, ilustrado com fotos históricas do seu acervo.
Petrolândia – Roteiro da emancipação
Por – Instituto Geográfico e Histórico de Petrolândia
Presidente – Paula Rubens
No princípio Petrolândia se chamava Jatobá e pertencia ao município de Tacaratu.
Imagem meramente ilustrativa. Foto : https://canoadetolda.org.br/o-baixo-sao-francisco/patrimonio-naval/vela-e-remo/canoa-de-tolda/
Imagem meramente ilustrativa. Foto : https://canoadetolda.org.br/o-baixo-sao-francisco/patrimonio-naval/vela-e-remo/canoa-de-tolda/
Estação Ferroviária de Jatobá
Foto Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano
A Lei Estadual nº 991, de 1º de julho de 1909, elevou Jatobá à categoria de cidade. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911,segundo o IBGE, o município é constituído de quatro distritos: Jatobá (sede), Tacaratu, Espírito Santo e Volta do Moxotó.
Mas a falta de conclusão dos trabalhos de melhoramento do rio e construção da ferrovia Juazeiro-Salvador desviou o trânsito de mercadorias e o comércio em Jatobá decaiu bastante.
Pela Lei Estadual nº 1.931, de 11 de setembro de 1928, foi extinto o distrito de Espírito Santo, sendo seu território anexado ao distrito de Moxotó. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933 o município é constituído de três distritos: Tacaratu, Jatobá de Tacaratu (ex-Jatobá) e Moxotó (ex-Volta do Moxotó).
A vila de Jatobá de Tacaratu, então pertencente ao município de Tacaratu, passou a denominar-se Itaparica pela Lei Estadual nº 12, de 11 de setembro de 1935.
Diário de Pernambuco, 16.08.1935
Em divisões administrativas datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, o município aparece constituído dos seguintes distritos: Tacaratu, Itaparica e Moxotó (que absorveu o distrito de Espírito Santo).
Pelo Decreto-lei Estadual nº 235, de 09 de dezembro de 1938, Itaparica (sede do Município) passou a ser sede do município, voltando Tacaratu à condição de Distrito.
No quadro fixado para vigorar no período 1939-1943 o município de Itaparica aparece com três distritos: Itaparica (sede), Tacaratu e Volta (ex-Moxotó).
Pelo Decreto-lei Estadual nº 952, de 31 de dezembro de 1943, Itaparica passou a denominar-se Petrolândia. O topônimo Petrolândia, um híbrido do latim Petrus com lândia, da desinência anglo-saxônica land (terra), é uma homenagem ao imperador Pedro II, significando “Terra de Pedro”.
A Lei Estadual nº 1.818, de 29 de dezembro de 1953, Tacaratu é desmembrada do município de Petrolândia que foi elevado novamente à categoria de município e sede de comarca. Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960 o município aparece com dois distritos: Petrolândia e Volta.
Pela lei municipal nº 645, de 1º de junho de 1990 foi criado o Distrito de Jatobá, subordinado à Petrolândia. Essa configuração perdurou por cinco anos, quando a lei estadual nº 11.256, de 28 de setembro de 1995, anexando o Distrito de Volta, elevou o Distrito de Jatobá à condição de município, separando-o de Petrolândia.
Mais informações:
IGH/Petrolândia - https://ighpetrolandia.wordpress.com
Por: Folha Sertaneja
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