Rodovia BR-110, em Jatobá-PE, entre os bairros centro e Itaparica (Fotos: Lúcia Xavier)
Na semana passada fizemos uma rápida passagem pelo município de Jatobá, vizinho a Petrolândia, no Sertão de Itaparica pernambucano. Foram cerca de dez minutos à margem da BR-110, em uma parada de ônibus bastante confortável, bem projetada e construída, artisticamente ornamentada com a imagem de um peixe tilápia e a inscrição "Jatobá, capital da Tilápia", título conferido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) à cidade com maior produção de tilápias do estado. Uma olhada em volta e conferimos que Jatobá continua a crescer, com novas construções em andamento, e está bem cuidada, na medida do possível.
Uma grande placa de frente para a rodovia anuncia a construção de ciclofaixas, no início da faixa que vai para o bairro Itaparica. Do outro lado da pista, uma simpática pracinha se destaca no início do longo canteiro central que segue para o centro de Jatobá. Porém, um detalhe, melhor dizendo, três detalhes, destoavam no cenário de ordem e progresso jatobaense. Três caprinos passeavam tranquilamente no meio da rodovia, onde há grande fluxo de veículos, quase todos em alta velocidade, justamente em um trecho de visibilidade prejudicada pelo relevo, localizado entre os canteiros que dividem o centro da cidade e a entrada de Itaparica.
Acidentes envolvendo animais são registrados praticamente todos os dias, em grande número de rodovias brasileiras, principalmente, naquelas que cruzam os sertões, no entanto, alguns trechos oferecem risco mais elevado e deveriam, em tese, receber mais atenção e atuação para prevenir tais ocorrências. Jatobá é apenas um exemplo. Trafegar pela rodovia BR-110, pequeno município, mas com lamentável histórico de acidentes e tragédias do tipo, é flertar com a morte. Já se vão quase 10 anos que, durante algumas visitas a Itaparica, registramos jumentos e cavalos pastando sob as plantações de algarobeiras naquele bairro, à solta em ruas e avenidas.
Depois de apontarmos o dedo para o município vizinho, não devemos esquecer que Petrolândia, nossa terrinha, também tem seus trechos críticos de risco ao trânsito. O pior deles na BR-110 está entre as Agrovilas 01 e 02 do Bloco 01 (Projeto Barreiras), principalmente nas imediações da Agrovila 02. Ali, apesar de toda urbanização já construída pela prefeitura, a área ainda é usada como sítio por proprietários de caprinos, criados soltos nas ruas, a pastejar no lixo dos arredores da saída da agrovila, que é a mais próxima do trevo de acesso ao centro de Petrolândia.
Em pleno 2022, animais que poderiam, após uma intervenção legislativa, ser apreendidos e abatidos para matar a fome de pessoas carentes, passeiam livremente, à solta, a pastar e dormir em ruas, canteiros e jardins, porque ainda é tolerada a cultura da criação extensiva onde não cabe nem existe mais espaço para tal atividade, praticada por criadores irresponsáveis que jamais aparecem para prestar contas à sociedade e à Justiça, após mais um acidente ou tragédia.
Por Lúcia Xavier
Redação do Blog de Assis Ramalho
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