Nelson de Sá - Colunista do UOL, em Kuala Lumpur*
Os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, se encontraram pessoalmente hoje e tiveram uma conversa de cerca de 50 minutos em que ficou acertado que as negociações sobre as tarifas "começam imediatamente", segundo palavras do brasileiro.
O que aconteceu
* Lula e Trump se encontraram em Kuala Lumpur, na Malásia. Os dois participam da cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático). Para jornalistas, Lula afirmou não querer "qualquer desavença com os EUA" e que "não há motivo para qualquer conflito entre Brasil e EUA".
Pauta a ser discutida com os Estados Unidos será "longa", de acordo com o presidente brasileiro. "Na hora que dois presidentes sentam em uma mesa e colocam seu ponto de vista, a tendência é natural é se chegar a um acordo. Estava muito otimista na manutenção mais civilizada possível entre Brasil e Estados Unidos. Tenho uma longa pauta para discutir com os Estados Unidos.".
* O ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira destacou à imprensa que Trump e Lula trataram de "todos os assuntos", incluindo as tarifas. "Lula começou dizendo que não havia assunto proibido e renovou o pedido brasileiro de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante um período de negociação.".
* Reunião foi "muito positiva", disse o ministro. "O saldo final é ótimo. Trump declarou que dará instruções à sua equipe para que comece um processo de negociação bilateral, que pode ser iniciada hoje ainda. Hoje mesmo devemos ter um encontro.".
* Conversa entre os presidentes foi descrita por Vieira como "descontraída" e "muito alegre". "Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, tendo sido, por duas vezes, presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil, tendo provado sua inocência e voltado a conquistar seu terceiro mandato como presidente da República.".
* Trump postou que "gostou da conversa". O presidente afirmou que teve um "bom telefonema" com Lula e disse que "países vão se sair bem juntos".
* Na sequência, chanceleres se encontraram. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tiveram uma reunião de uma hora no dia 16 de outubro. Os dois países avaliaram que a reunião foi boa.
* Relação entre os países ficou estremecida após sanções e tarifas impostas pelos EUA. Com articulação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o país anunciou sanções contra autoridades e aumentou as taxas sobre produtos importados do Brasil.
* Condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro também motivou sanção. Desta vez, a lei Magnitsky foi aplicada à esposa de Alexandre de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, e ao instituto Lex, ligado à família.
* Lula chegou a autorizar reciprocidade. Aplicação de tarifas recíprocas pelo Brasil foi comunicada aos Estados Unidos, mas não chegou a entrar em vigor.
*Colaborou Luccas Lucena, do UOL, em São Paulo.














Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.