02 agosto 2025

Gilson Machado convoca ato no Recife neste domingo (3) e pede união bolsonarista


Ex-presidente Bolsonaro e ex-ministro Gilson Machado (Foto: Divulgação

Por Cecilia Belo - Diário de Pernambuco

O ex-ministro do Turismo e ex-candidato ao Senado, Gilson Machado (PL), convocou apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para um ato público no Recife neste domingo (3). A manifestação, prevista para às 14h, terá início na altura do Segundo Jardim de Boa Viagem, Zona Sul da capital, e deve seguir em direção à Padaria Boa Viagem.

A manifestação deste domingo deve contar com a presença de lideranças locais e caravanas do interior do estado, segundo os organizadores. O evento foi anunciado como parte da agenda do movimento “Reaja Brasil”, que realiza mobilizações com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O vereador do Recife Gilson Machado Filho (PL), filho do ex-ministro, confirmou presença no ato. Em vídeo publicado nas redes sociais, afirmou que a mobilização “é um grito pela liberdade”. “Vivemos um tempo de perseguição política. O povo brasileiro está cansado”, disse. Os organizadores atribuem a motivação da manifestação a decisões do STF que, segundo eles, teriam "interesses políticos e não constitucionais".

Mobilização em outras capitais

A manifestação no Recife ocorre no mesmo fim de semana em que estão previstos atos semelhantes em cidades como São Paulo, Brasília e Goiânia. Embora Bolsonaro não participe presencialmente, o evento foi convocado em seu apoio e menciona, em comunicados, críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos envolvendo o ex-presidente.

Segundo os organizadores, o movimento Reaja Brasil surgiu como resposta a decisões judiciais que afetam lideranças políticas conservadoras. A convocação para o ato menciona expressões como “censura”, “criminalização da política” e “repressão a adversários ideológicos”. Em nota, os responsáveis pelo evento afirmam que pretendem “reagir com firmeza, mas dentro da legalidade”


Gilson Machado após deixar Cotel (Crysli Viana/DP foto)

Críticas ao Supremo

Nos últimos meses, Gilson Machado tem feito críticas públicas ao STF e, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes. Após ser preso temporariamente em junho, sob suspeita de intermediar pedido de passaporte português para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, Machado intensificou o discurso nas redes sociais.

"Não podemos viver sob ameaças. O Supremo extrapolou seus limites", declarou, em entrevista ao canal Terra Brasil Notícias. A prisão foi autorizada pelo Supremo, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), sob acusação de tentativa de obstrução de Justiça. Ele foi liberado após cinco dias, com medidas cautelares.

Tensões no PL

O ato também ocorre em meio a divergências internas no PL em Pernambuco. Em publicações recentes, o vereador Gilson Filho criticou a condução estadual do partido, presidido pelo ex-prefeito Anderson Ferreira. Segundo ele, há tentativa de enfraquecer uma eventual candidatura do pai ao Senado em 2026. “O partido tem espaço para mais de um nome. O que não pode é a vaidade política se sobrepor à vontade popular”, afirmou.

Em 2022, Gilson Machado obteve mais de 1,4 milhão de votos na disputa pelo Senado, ficando atrás apenas de Teresa Leitão (PT). Desde então, tem participado de eventos públicos e ampliado sua atuação nas redes sociais.

Apoio de Bolsonaro

Mesmo sem presença física, Bolsonaro é citado como apoiador de Gilson Machado. Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-presidente declarou que “Gilson é o nome natural para o Senado por Pernambuco”. A fala foi interpretada por aliados como uma sinalização à disputa interna no partido.

Além da convocação para o ato, Gilson Machado tem participado de campanhas de arrecadação para cobrir despesas judiciais de Bolsonaro, estimadas por seus apoiadores em mais de R$ 8 milhões. “A perseguição não vai nos calar”, declarou o ex-ministro em vídeo recente.

Diário de Pernambuco



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