
Hércules vibra com seu gol, que deu a vitória ao Fluminense sobre o Al Hilal no Mundial .. Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte.” A frase é de Euclides da Cunha de 1902, mas no último jogo, Fluminense e Al Hilal, pelo Mundial de Clubes, em 2025, o Brasil inteiro viu o porquê. Coincidência ou não, o livro Os Sertões, é escrito no mesmo ano de fundação do Fluminense: 1902. E essa história ainda tem mais simbolismos.
Na mitologia, Hércules enfrentou doze trabalhos impossíveis, exigindo força, astúcia e resistência sobre-humanas. Já o Hércules brasileiro, o nordestino, sertanejo do Piauí, de fala mansa e gol decisivo, também teve seus próprios “trabalhos” até chegar ali: a infância pobre, a desconfiança dos olheiros, os testes negados, a solidão longe da família. Cada dia vencido foi um leão enfrentado. Cada não superado, um monstro abatido.
Quando o sertanejo Hércules entrou em campo naquela partida, poucos apostavam. Mas quem nasce nordestino não entra para agradar plateia entra para virar o jogo.

Hércules, volante do Fluminense.. Foto: Marcelo Gonçalves/FFC
O gol que deu a vitória ao Fluminense foi uma metáfora da vida. Ali, naquele lance, estava todo nordestino que já foi desacreditado. Todo menino que ousa sonhar alto, mesmo quando o mundo tenta abaixar sua cabeça. O pé que balançou a rede carrega a força dos que vendem água no sinal, dos que cruzam cidades para treinar, dos que enfrentam a escassez e a dificuldade diária, dos que suportam as críticas impiedosas com resiliência.

Família do Hércules, do Fluminense, celebra gol, vitória e classificação na Copa do Mundo de Clubes .. Foto: Ivo Farias
Porque a crítica fere. Fere o atleta, e fere a todos que o amam. Quando chamam de “ruim”, quando dizem que “sem futuro”, é a família que escuta, calada. É ela que sangra em silêncio.
Mas também é ela, quando a vitória vem, que celebra como ninguém. Não pelo gol somente, mas porque aquele gol é a confirmação de que valeu a pena. A marmita dividida. O tênis gasto. O “vai com Deus” dito na rodoviária.
O mundo não esperava por ele. O adversário não esperava por ele. Mas o nordestino já nasce acostumado a contrariar estatísticas. Hércules venceu. Não o da mitologia. O do Fluminense. Nordestino, antes subestimado, e agora herói da partida.
Porque a crítica fere. Fere o atleta, e fere a todos que o amam. Quando chamam de “ruim”, quando dizem que “sem futuro”, é a família que escuta, calada. É ela que sangra em silêncio.
Mas também é ela, quando a vitória vem, que celebra como ninguém. Não pelo gol somente, mas porque aquele gol é a confirmação de que valeu a pena. A marmita dividida. O tênis gasto. O “vai com Deus” dito na rodoviária.
O mundo não esperava por ele. O adversário não esperava por ele. Mas o nordestino já nasce acostumado a contrariar estatísticas. Hércules venceu. Não o da mitologia. O do Fluminense. Nordestino, antes subestimado, e agora herói da partida.
Blog do Marlon - Gazeta Web
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.