sábado, agosto 20, 2022

Diocese do Crato anuncia que Vaticano autorizou início do processo de beatificação de Padre Cícero


O Vaticano autorizou o processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista na Igreja Católica. O bispo da diocese do Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, confirmou a informação durante missa realizada na manhã deste sábado (20), no Largo Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte, interior do Ceará.

“Queridos filhos e filhas da Diocese do Crato, romeiros de todo o Brasil, é com grande alegria que eu vos comunico nesta manhã histórica que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do santo padre, o papa Francisco, uma carta do dicastério para a causa dos santos, datada do dia 24 de junho de 2022”, disse o bispo.

Em seguida, Dom Magnus continuou: “Recebemos a autorização para a abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus”.

“Santo popular”

O Vaticano atendeu ao pedido do bispo Dom Fernando Panico, em 2015, e reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a Igreja Católica. Por isso, com a reconciliação, não havia mais barreiras para a abertura do processo de beatificação do “santo popular”.

Dom Magnus Henrique Lopes solicitou autorização da beatificação de padre Cícero em carta entregue ao papa Francisco durante a visita ao Vaticano, em maio deste ano.

“Recorremos a vossa solicitude de pastor universal da santa igreja para pedir especial clemência para com este sacerdote católico, amado, exonerado. Esperamos que Vossa Santidade, na hora oportuna, examine, com o coração de pai e como sucessor de Pedro, este pedido ora formulado, cuja resposta é um anseio nosso e dos milhões de devotos do padre Cícero”, afirma um trecho da carta entregue por Dom Magnus ao papa Francisco.

O bispo da diocese do Crato leu o trecho da carta durante o anúncio da autorização do processo de beatificação de padre Cícero. Centenas de fiéis que estavam no local receberam a notícia com palmas e fogos.

“Milagre da hóstia”

Padre Cícero morreu, em 1934, em relação rompida com o Vaticano por envolvimento com a política e pelo polêmico “milagre da hóstia”. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo padre virou sangue na boca de uma beata.

Para os devotos de padre Cícero, trata-se de um milagre, mas a Igreja Católica considerou o caso uma interpretação equivocada. Por conta dos “equívocos”, ele foi afastado da Igreja Católica.

Padre Cícero Romão Batista é considerado “santo popular” para muitos fiéis católicos nordestinos. Todos os anos, as romarias em homenagem a ele atraem milhões de romeiros a Juazeiro do Norte.
Processo de beatificação


Para seguir com a conclusão do processo de beatificação, o Vaticano faz inicialmente um levantamento da biografia do candidato a fim de verificar se há algum fator na biografia que possa impedir o processo.


Se nada for encontrado, a igreja emite o Nihil Obstat (nenhum impeditivo), um documento formal, redigido em latim e dirigido ao bispo indicando que pode haver continuidade do processo.

A partir deste documento, o candidato à Santidade passa a ser chamado servo de Deus e tem a investigação livre para continuar até a conclusão do processo. Logo depois, um tribunal eclesiástico diocesano é formado para analisar as qualidades, as virtudes e constatar toda a vida do servo de Deus.


Depois de ser concluída a fase diocesana, os documentos são encaminhados ao Vaticano, onde inicia-se a fase romana. Em seguida, o Vaticano avalia relatos de milagres, graças e atos que possam dar status de beato a padre Cícero.

Após esta fase, se forem cumpridos os requisitos, padre Cícero é automaticamente declarado como venerável. Se houver um milagre consistente, nos modos que a Santa Sé exige, com laudos médicos e toda documentação cabível, é iniciada a fase de beatificação.

Somente depois de ser aprovado o milagre, o papa autoriza a beatificação. Depois de se tornar beato, é necessário outro milagre para a canonização.

Metrópoles

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