quarta-feira, fevereiro 17, 2021

Santa Maria da Boa Vista é tranquilidade e boemia no Sertão de Pernambuco



A pandemia de Covid-19 tem exigido uma mudança completa no modo de planejar uma viagem. Todos os cuidados -a exemplo do uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social- devem ser seguidos em qualquer que seja o destino escolhido. Não é tempo de se descuidar das regras sanitárias, uma vez que são fundamentais no combate ao novo coronavírus. Estamos em uma fase de restrições de viagens internacionais e os destinos do Bora Pernambucar são opções excelentes para conhecer novos lugares, seguindo os protocolos de segurança. Então, que tal descobrir Pernambuco? Aproveite!

História e natureza estão em diversos pontos de Santa Maria da Boa Vista, no Sertão de Pernambuco, com cerca de 100 km de extensão. Prova disso são os mirantes com vista privilegiada para o rio São Francisco, capaz de tirar o fôlego do visitante que busca turismo de aventura ou calmaria o ano inteiro. Mas não se engane. Há diversos atrativos culturais movimentando a região.

A centenária roda de São Gonçalo, embalada pelo som da viola, é um deles. Sem falar no festejo da Serenata da Recordação, que atrai os turistas para a sede municipal, anualmente. A área urbana é composta por charmosos casarios preservados do século 18, paisagem fluvial com sua orla estruturada, além de acesso para várias ilhas com aves e vegetação nativa. É o Sertão pernambucano pronto para receber da forma mais poética, a mais de 600 km do Recife.

PASSEIOS

História contada através do casario antigo (Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco)

Casarões antigos

O colorido das casas antigas, na área central da cidade, chama atenção de longe. Revela a vida de um lugar que não quer se desfazer de sua história. Pelo contrário. Com orgulho, os moradores apontam para as casinhas que exibem na fachada trechos de músicas boêmias. Eis o clima manso da serenata, que faz parte do festejo anual de Santa Maria da Boa Vista. Fica melhor de entender ao passar no centro histórico e se deparar com uma pequena vila repleta de construções antigas com direito a um coreto olhando para o Velho Chico. Próximo a tudo isso ainda está o mercado público, em processo de tombamento, erguido em 1918.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Seus detalhes arquitetônicos não passam despercebidos. Essa é uma construção do século 19, com fachada preservada do projeto original. A poucos passos da matriz está outra parada obrigatória: a pedra da mansanzeira. Um banco tranquilo de praça fica de costas para a igreja e de frente para o rio São Francisco, a vários metros de altura. O pôr do sol completa a poesia. Onde: praça Coronel Luiz de Carvalho, Centro, Santa Maria da Boa Vista

Pedra da Mansanzeira (Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco)

Vinícola Botticelli

A mais antiga vinícola da Região do Vale do São Francisco merece uma parada tranquila, com direito à degustação dos seus vinhos jovens. São mais de 500 hectares, com boa parte destinada à plantação de uvas como a cabernet sauvignon, que integra o processo de fabricação da bebida. É possível visitar o parreiral, tirar dúvidas com o enólogo em meio aos tanques de inox e conhecer o portfólio da marca. É preciso fazer o agendamento pelo telefone. Onde: fazenda Milano, Zona Rural, Santa Maria da Boa Vista. Informações: (87) 3860-1536. Acesso pago


Vinícola Botticelli (Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco)

NÃO DEIXE IR

Monte Carmelo
Ao se aventurar na trilha do Carmelo, distante 20 km do centro de Santa Maria da Boa Vista, o turista se depara com duas experiências inesquecíveis. A primeira: encontrar um mirante com vista do alto para o leito do Rio São Francisco. Parada de contemplação em um penhasco próximo ao santuário de devoção à Nossa Senhora do Carmo. A segunda: conhecer a comunidade quilombola do entorno, formada pela hospitalidade do povoado do Serrote.

Alto do Monte Carmelo (Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco)

EVENTOS*

Serenata da Recordação
A melodia da viola e os amores na janela formam o clima da festa, que acontece no segundo semestre do ano. Os seresteiros se agrupam com roupas de gala e percorrem o centro histórico entoando as músicas românticas de antigamente, noite adentro. As pessoas acompanham o percurso, parando na frente das casas e dos prédios públicos decorados com a temática de seresta.

Festa dos Vaqueiros
Geralmente no mês de setembro acontece a tradicional festa dos vaqueiros. A programação começa cedinho com uma alvorada pelas ruas de Santa Maria da Boa Vista. Mais tarde, ocorre o desfile dos vaqueiros, trajando sua tradicional indumentária de couro em cima do cavalo. A missa ao ar livre
é ponto alto. Momento de fé e emoção, em que os sertanejos prestam suas homenagens à coragem do povo nordestino.

*Por causa da pandemia de Covid-19, os eventos foram suspensos

Por Edi Souza
Folha de Pernambuco


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Conheça Petrolândia: município de histórias submersas

Igreja Submersa do Sagrado Coração de Jesus - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

A pandemia de Covid-19 tem exigido uma mudança completa no modo de planejar uma viagem. Todos os cuidados -a exemplo do uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social- devem ser seguidos em qualquer que seja o destino escolhido.

Não é tempo de se descuidar das regras sanitárias, uma vez que são fundamentais no combate ao novo coronavírus. Estamos em uma fase de restrições de viagens internacionais e os destinos do Bora Pernambucar são opções excelentes para conhecer novos lugares, seguindo os protocolos de segurança. Então, que tal descobrir Pernambuco? Aproveite!

Quando a velha Petrolândia foi inundada pelas águas da barragem de Itaparica – Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, na década de 1980, a população foi transferida para as margens da BR-316, distante mais de 400 km do Recife, levando as lembranças da antiga cidade e dando surgimento a novas paisagens surpreendentes para quem visita o local. Totalmente planejado, o município se reergueu, sem deixar de lado a história que começou com o primeiro povoamento no século 18.

A partir do novo cenário, algumas atividades econômicas foram desenvolvidas, como a piscicultura em tanques e a fruticultura irrigada. O turismo também vem crescendo, atraindo os olhares de quem aprecia a paisagem natural na sua forma mais bruta e acessível, além de inúmeras atividades de lazer
 
Ilha de Rarrá - (Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco)

No meio do rio, entre Petrolândia e Glória, na Bahia, está uma ilha que mais parece miragem no Sertão. Água tranquila e dunas de areia clarinha formam a paisagem que é convite irrecusável a momentos de descanso. Nos fins de semana, o agito é maior. Nos demais dias, há um clima de ilha deserta, porém estruturada, com um restaurante recebendo os visitantes que chegam de catamarã agendados para almoço regional. Tem rede e balanço à beira do Velho Chico, além de mesas e bancos de madeira, típicos de uma praia litorânea.

Foto: Assis Ramalho/BlogAR

Igreja Sagrado Coração de Jesus

Quem nunca viu a famosa igreja parcialmente submersa nas águas de Petrolândia, fica surpreso com o encanto dessa descoberta. Só no meio do Lago de Itaparica, onde silêncio e história acompanham o turista, é possível ver o topo da estrutura, onde casamentos, missas e batizados eram feitos com frequência. Boa parte agora está a quase 10 metros de profundidade. O que ficou à mostra, com tijolo e cimento aparente, pede contemplação e viagem no tempo.

Serviço:

Os barqueiros Mazinho, Edison e Edivan fazem o passeio de catamarã em direção à Igreja Sagrado Coração de Jesus e Ilha de Rarrá. Nos dias da semana, há saídas apenas com agendamento. Nos fins de semana e feriado prolongado, a travessia é constante. Informações: (87) 99194-1759. Passeio pago

Mirante do Padre
O antigo mirante de Petrolândia, agora é trilha para o turismo de aventura. Distante 18 km do centro, tem parte com acesso plano e outra com subida de até 30 minutos. O visual compensa. De lá, é possível ver a parte mais funda do Lago de Itaparica, com 170m cobrindo a velha cidade, onde existia a parte urbana e a rural com pequenas cachoeiras.
Onde: comunidade de Brejinho de Fora

ARTESANATO

Não é só na gastronomia que a tilápia aparece aos montes na cidade. O couro do peixe criado em cativeiro serve para fazer o artesanato que abastece o mercado local e nacional. É fácil achar lugares que comercializem sandálias, bolsas, diademas, chaveiros e colores à base do resíduo do pescado. No Café com Arte, esses produtos são feitos manualmente por 22 artesãs da cidade. Elas usam pigmentos coloridos para destacar a peça que, certamente, é a melhor lembrança da viagem. Onde: rua São Francisco – Q, CS, Petrolândia. Informações: (87) 99950-1367

NÃO DEIXE DE IR

Orla fluvial de Petrolândia

Calçadão com quatro restaurantes prontos para receber o turista que passeia de olho na vista para o Lago de Itaparica. Escolha um deles e peça os peixes tilápia ou piau, servidos com macaxeira frita e outros acompanhamentos regionais. A depender da temporada, os restaurantes também oferecem a buchada de tilápia, feita com o próprio couro do pescado envolvendo a carne branquinha.

Mirante da Serrota
O ponto mais alto da zona urbana é também um dos mais acessíveis da região. Fácil de chegar ao topo de carro, ganha-se com a vista para as águas que margeiam Petrolândia, além de estar perto de uma grande estátua de São Francisco de Assis, padroeiro da cidade. Serviço de guia de turismo. Juliano Vans - (87) 99624-4561


Por Edi Souza
Folha de Pernambuco


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