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Por Ullisses Campbell — São Paulo
Condenado a oito anos e dez meses por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Fernando Collor de Mello passou o primeiro final de semana na Penitenciária Baldomero Cavalcante, em Maceió, sem receber visitas de parentes. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o político recebeu R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014 por intermediar contratos da BR Distribuidora, vinculada à Petrobras, com a UTC Engenharia, do empreiteiro Ricardo Pessoa. Ele cumpre pena desde a madrugada de sexta-feira, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expedir o mandado de prisão.
Segundo policiais penais que trabalharam no final de semana, Collor está recluso em uma ala especial, localizada logo na entrada do presídio. Após o portão que separa o corredor administrativo da parte interna da unidade, basta caminhar cerca de 30 metros à direita para se chegar ao módulo reservado a presos com direito a sala de estado maior. A ala, situada ao lado da diretoria, é isolada dos módulos comuns, que abrigam detentos por tráfico, roubo e homicídio.
A cela de Collor é individual e descrita pelos policiais como “um quarto”, sem grades ou trancas de cadeado. O acesso se dá por uma porta de madeira, liberada pelos agentes. O espaço possui ventilador, televisão, banheiro privativo com chuveiro, cama de concreto e colchão comum, além de uma pequena janela superior gradeada. As paredes seguem o padrão cinza da unidade. O forro de concreto tem mofo e marcas de infiltração.
Às 9h15 do domingo, o jornal "Extra de Alagoas" publicou em seu site uma reportagem afirmando que Collor estaria instalado na sala do diretor da penitenciária, Gilson Mendonça da Silva, adaptada para atender às recomendações do STF referente ao quesito “prisão especial”. Pouco depois, às 11h30, o site apagou a matéria. Às 18h, a Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) negou a informação por mensagem de WhatsApp. Procurado, o diretor não respondeu ao GLOBO sobre a localização precisa do ex-presidente no início da noite.
'Policiais receosos'