A partir desta sexta-feira (1º), a Operação Pipa, responsável pelo abastecimento de diversas comunidades que não têm acesso à água encanada em nossa região, sob a coordenação do Exército Brasileiro, implantou um sistema on line para registrar a captação da água tratada junto à Compesa. No caso de Petrolândia e Jatobá, em Pernambuco, o abastecimento dos carros pipas é realizado na ETA de Jatobá.
O gPipa, denominação do sistema da Compesa, é acessado através do telefone celular do motorista do caminhão-pipa, via Internet, usando login e senha individual para cada veículo. Segundo as instruções, cada transação no gPipa "custa apenas R$ 0,06 (seis centavos de real)". Pelas contas dos pipeiros, esse valor é muito mais elevado, afinal, para acessar o sistema e realizar a transação, é preciso pagar o tráfego na Internet, de acordo com o plano de cada operadora de telefonia móvel.
Em sua operacionalização, a Operação Pipa já usou diversos tipos de controle, tanto para garantir que a água está sendo, de fato, coletada na ETA de Jatobá e não em outras fontes, quanto para garantir que o produto está realmente chegando à cisterna do consumidor final. O sistema on line é inovador até demais para os motoristas dos caminhões-pipas, dos quais praticamente nenhum usa computador nem navega na Internet, por falta de tempo ou de habilidade. Mas os tempos mudam e, querendo ou não, toda a sociedade, no final das contas, é obrigada a absorver os avanços tecnológicos e aprender a lidar com eles.
Neste sentido, a reportagem do Blog de Assis Ramalho visitou a ETA Jatobá, na manhã desta sexta-feira (01), e presenciou os pipeiros, com celulares nas mãos e quebrando a cabeça para aprender a usar o sistema. Constatamos que, através da ajuda mútua, todos estão aprendendo a usar o sistema, alguns com mais facilidade do que outros. Felizmente existe solidariedade entre eles.
Sobre a implantação do gPipa, verifica-se que foi um grande avanço para controlar, contabilmente, o volume de água abastecido em cada viagem do pipa à ETA. Mas, nesse processo, um detalhe chama a atenção de todos: o desperdício de água em cada abastecimento de carro pipa. Nesta época em que um litro de água tratada vale ouro em nossa terra, castigada pela aridez do tempo, após completado o volume do tanque do pipa, enchido por mecanismo de acionamento manual e controle visual, dezenas de litros transbordam e se perdem num desperdício de dar dó.
Incrível que se adote tanta tecnologia para controlar virtualmente a quantidade de viagens e volume transportado e nada se faça para evitar o desperdício da água no processo físico de abastecimento dos carros pipas.
Da Redação do Blog de Assis Ramalho