Na última sexta feira (30), a comunidade de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco, realizou a Caminhada pela Paz, manifestação da sociedade em prol da redução dos crimes violentos no município, após serem registrados quatro homicídios entre os dias 19 e 25 do mês de outubro.
Ao final do movimento, em entrevista a reportagem do Blog de Assis Ramalho e da
, o Comandante da 4ª.CIPM-Petrolândia, Major PM Lenildo falou sobre o assunto.
A entrevista, na íntegra, será reprisada na manhã desta quinta-feira (05) no programa ''Acordando com as Notícias'' na
Web Rádio Petrolândia, apresentado por Assis Ramalho de segunda a sábado, das 05h30 às 08h30.
Acompanhe abaixo o resumo da entrevista.
Sobre os últimos homicídios acontecidos em Petrolândia
''Eu acredito que o que aconteceu na semana passada, com os quatros homicídios foi uma coisa trágica, mais foi uma situação atípica, onde o município vinha muito bem durante o ano e, de repente, aconteceu isso. Mas a gente pode tirar proveito destas coisas ruins. Hoje, por exemplo, já teve a caminhada da paz, onde houve uma mobilização social, e a gente sabe que não é isso que vai resolver o problema, mas já é um passo que foi dado, onde a população está dizendo que não concorda com essa questão do crime, das drogas, da violência e do roubo. A gente tem feito um trabalho proativo, onde eu tenho tentado corrigir as falhas, porque ninguém é perfeito, para que essas falhas sejam corrigidas. É preciso que a sociedade seja ouvida, e eu tenho buscado ouvir a sociedade e todos os segmentos, sejam eles da imprensa, da Igreja, dos políticos e de pessoas individualmente, que procuram a minha pessoa no Comando (da 4ª CIPM).''
Sobre a falta de efetivo policial para tomar de conta de quatro cidades
''Eu fui impactado. eu trabalhava em Santa Maria da Boa Vista com 170 policiais para tomar de conta de duas cidades, que eram Santa Maria e Lagoa Grande. Então, quando eu cheguei aqui eu encontrei um efetivo de 100 policiais, ou seja, 70 policiais a menos para eu tomar de conta de quatro cidades. Eu senti essas dificuldades, mas a gente não pode, como em qualquer coisa na vida da gente, ficar apenas se lamentando. A gente tem que encontrar alternativas para se superar e ir adiante. Então, isso a gente tem procurado fazer com os meios escassos que temos, mas eu tenho dito que com esses meios e com a participação de outras pessoas, que têm ajudado a PM, a gente vai reagir positivamente. É claro que se, no futuro, a Companhia receber mais policiais, será melhor para a população. Mas, enquanto isso não chegar, não quer dizer que a população deixará de ser guarnecida, pelo contrário, será bem guarnecida. Hoje, nós temos aqui dentro da cidade de Petrolândia um foco de atuação de patrulhamento, de abordagem, e eu creio que daqui a uns dias todos verão que a paz voltou a reinar aqui na cidade.''
Sobre o trânsito caótico na cidade e em torno do Mercado Público
''Eu acho que estão corretos em reclamar. Hoje (sexta-feira, dia da feira livre), às 4h30 da manhã, eu estava pessoalmente no Mercado Público, para fazer com que a sinalização fosse obedecida, com o estacionamento de motos em local adequado, descarregos de caminhões em locais adequados e de veículos estacionados em locais adequados, Então, fizemos uma parceria junto com o município, no sentido de os Guardas Municipais apoiarem. Inclusive, aproveito a ocasião para dizer que não só no mercado, mas na cidade como um todo, já iniciamos um trabalho de orientação em relação às motos. Todas as motos serão altamente fiscalizadas, mas antes terão um trabalho de orientação até, mais ou menos, a primeira quinzena de novembro e depois os trabalhos vão continuar, até dezembro, mas só que de uma outra forma. Aqueles que transgredirem, passarão a ter o veículo retido por 24 horas e liberaremos em seguida, sem qualquer notificação. Mas, depois disso, em dezembro, qualquer situação serão notificados, ou apreendidos e encaminhados para Arcoverde.''
Avaliação sobre recente reunião que teve com os vereadores da cidade, a convite do Presidente da Câmara, Fabiano Marques
''Eu fiquei muito feliz, inclusive eu externei isso durante a reunião. Eu gosto muito do diálogo, e não gosto quando as pessoas atacam sem antes dialogar, sem antes buscar uma alternativa. Isso me deixa chateado. Fiquei muito satisfeito porque fui convidado pelo presidente da Câmara (Fabiano Marques), e fizeram algumas perguntas pertinentes a respeito de como andava a segurança, e aí eu pude explicar para eles quais as angústias que eu vivencio, junto com o meu efetivo. Pude dizer o que temos feito, inclusive pude falar de algumas falhas que cometemos, e que também aprendemos com essas falhas, e que estamos dispostos a ouvi-los e dar explicações. Então, foi uma reunião muito positiva onde todos entenderam e se solidarizaram a nossa realidade em termo de angústia, com dificuldade de viaturas, de comunicação e outras coisas mais. Mas eu disse que vai melhorar, e é o que eu tenho dito em todos os lugares, que vai melhorar. Não que eu seja um super homem, mas porque eu confio em Deus e confio no trabalho.''
Mensagem de otimismo e aviso aos pais para que orientem os filhos, que conduzem motos dando cavalo de pau nas ruas da cidade
''Que a população continue tranquila, como eu tenho visto que está, e dizer que esse fato [assassinatos] que aconteceu é um fato pontual. Realmente, foi uma coisa trágica, espero que não se repita, isso me angustia, mas as pessoas procuraram também atrair a violência para si. E eu espero que outras pessoas que tenham situação semelhante a essas [que foram assassinadas], na cidade, que mudem a postura e ajudem a polícia, que informem à polícia como é que estão se sentindo, em termo de coisas do passado, coisas que podem atrair essa violência, para eu poder, também, orientar ou planejar de forma que eu possa dar uma proteção melhor nesse local ou a essa pessoa. Então, na verdade, eu quero deixar a minha palavra dizendo que confie em Deus, confie na polícia, faça a sua parte. Oriente a sua família, os seus filhos, porque o grande problema, Assis, é que eu percebo que muitas motos que dão cavalos de pau, que são apreendidas, e aí chega lá o responsável pela moto e diz que o filho pegou sem ele saber, e tal. Então, é preciso que o pai, que a mãe estejam atentos a esses detalhes para que isso não aconteça. Que orientem o filho para que uma tragédia (acidente, atropelamento) não aconteça, porque depois que acontecer as pessoas pensam que é um caso de polícia, mas não é só um caso de polícia. É um caso social, é um caso de família, e que precisa ser trabalhado. Então, a minha mensagem é de paz. e lhe agradeço por você ter aberto esse espaço. Obrigado e um abraço.''
A entrevista, na íntegra, vai ao ar na manhã desta quinta-feira (05) no programa ''Acordando com as Notícias'' na Web Rádio Petrolândia, apresentado por Assis Ramalho de segunda a sábado, das 05h30 às 08h30.
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Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Lúcia Xavier