sábado, abril 27, 2024

Mortes de vigilante de hospital e de paciente que atirou: veja o que se sabe sobre o caso



Nivaldo Bezerra da Silva, vigilante morto no Hospital da Restauração, no Derby, Centro do Recife — Foto: Reprodução/WhatsApp

Um paciente matou um vigilante depois de roubar a arma dele no Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, na área central do Recife. O atirador também foi morto a tiros ao tentar fugir da unidade de saúde, que é a maior emergência pública de Pernambuco.

O caso, que aconteceu na madrugada da sexta-feira (26), é investigado pela Polícia Civil. Segundo o diretor do hospital, Petrus Andrade Lima, o vigilante, identificado como Nivaldo Bezerra da Silva, de 66 anos, fazia o último plantão antes de se aposentar.

Como se deu o confronto?

O conflito aconteceu na ala vermelha da emergência do hospital, durante uma troca de turno, por volta das 4h30 da sexta-feira (veja vídeo acima). Em entrevista coletiva, o diretor do HR, Petrus Andrade Lima, disse que o paciente tomou a arma usada por Nivaldo e atirou no segurança, que tentava recuperar o armamento.

O atirador, que não teve o nome divulgado, tentou fugir do local e também foi baleado. De acordo com o gestor hospitalar, os dois foram atendidos, mas não resistiram aos ferimentos.

Ao g1, o advogado Eduardo Morais, que representa os vigilantes envolvidos no episódio, contou que Nivaldo estava com uma colega de trabalho quando foi atingido por um tiro no peito sem ter tido tempo de esboçar qualquer reação. Segundo o advogado, a vítima levou mais dois tiros depois que caiu no chão.

Quem era o vigilante?

Nivaldo Bezerra da Silva tinha 66 anos, trabalhava há mais de 22 anos no Hospital da Restauração e estava em seu último plantão antes da aposentadoria. Ele era pai de dois filhos, um homem de 42 anos e uma mulher de 32, e avô de três netos, com 16, 12 e 8 anos.

Natural de Caruaru, no Agreste do estado, Nivaldo planejava comprar um casa na cidade para descansar na companhia da família, que vive lá até hoje. Ele se mudou para o Recife ainda jovem e construiu a vida no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte da capital pernambucana.

De acordo com a filha dele, Katiane Silvestre, Nivaldo amava seu trabalho e nunca reclamou da rotina de plantões.

O paciente que matou Nivaldo Bezerra não teve o nome nem a idade divulgados. Sobre ele, o que se sabe é que morava em Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, e estava internado no Hospital da Restauração em tratamento de dores na coluna.

Após atirar, o paciente tentou fugir por uma saída por trás do hospital, por meio de uma escada que dá acesso ao estacionamento de ambulâncias.

Segundo o delegado Diego Pinheiro, gestor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o atirador roubou uma ambulância e obrigou o motorista a levá-lo para fora do hospital. Após alguns metros, o carro foi alcançado por outros vigilantes do hospital, que seguiam o atirador.

Ao se encontrarem, iniciou-se um confronto e o paciente atirou contra o peito de um vigilante, que não se feriu por estar utilizando um colete à prova de balas. Ainda segundo o delegado, dois vigilantes atiraram no paciente: o que recebeu o disparo no peito e um outro que foi filmado dando o tiro fatal.

Alguém foi preso?

O vigilante que atirou no paciente armado, fora do hospital, quando ele já tinha sido baleado por outro vigia segundos antes foi preso em flagrante por homicídio. O nome e a idade dele não foram informados pela polícia.

Um paciente que testemunhou o crime também levou um tiro de raspão no ombro disparado pelo homem que roubou a arma durante a confusão dentro do hospital. "Virou o revólver para mim e atirou no meu ombro", disse a vítima, que preferiu não se identificar (veja vídeo acima).

Como funciona a segurança no hospital?

De acordo com a direção do Hospital da Restauração, há, ao todo, 66 vigilantes contratados por uma empresa para atuar na segurança da unidade de saúde. Os plantões são cumpridos por 16 profissionais à noite e 18 durante o dia.

Por g1 PE

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