terça-feira, outubro 11, 2022

'Tenho que pagar uma penitência por 2018', diz suplente de Flávio Bolsonaro ao apoiar Lula

Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro, participa de ato de apoio a Lula Sérgio Roxo

O empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), participou, na tarde desta segunda-feira, de um ato de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. Marinho rompeu com Bolsonaro em 2020 depois de ter ajudado na campanha eleitoral de 2018. Ele chegou a ceder sua casa, no Rio, para a gravação do programa eleitoral do então candidato do PSL.

— Quem conhece Bolsonaro como eu conheço vota no Lula. Tenho que pagar uma penitência por 2018. Minha mulher costuma dizer que eu precisaria subir a escada da (igreja) Penha (no Rio) 50 vezes para pagar essa penitência. Como eu não tenho essa disposição toda, eu achei que agora não é mais o momento de ficar no voto nulo, no voto em branco. Precisa ter lado. Meu lado agora é apoiar o Lula — disse Marinho, na saída.
Marinho estava acompanhado da filha, a cantora Giulia Be, e do namorado dela Conor Kennedy, sobrinho-neto do ex-presidente americano John F. Kennedy (1917-1963). De acordo com o empresário, Conor leu uma carta de apoio de sua família ao petista.

Depois de romper com Bolsonaro, Marinho se filiou ao PSDB e passou a defender a candidatura presidencial do ex-governador João Doria — que, em maio, desistiu de concorrer ao Palácio do Planalto. Na época, Marinha também se desfiliou do PSDB.

Lula se reuniu nesta tarde em São Paulo um grupo de intelectuais, economistas e representantes do terceiro setor do grupo Derrubando Muros. Depois do encontro, Marinho se reuniu a portas fechadas com o petista.

O empresário disse que conhece muitas histórias de Bolsonaro, a quem chama de "capitão".


— Eu me coloquei 100% à disposição do presidente e da equipe dele.

Marinho acredita que Lula deveria combater as fake news de Bolsonaro nas redes sociais. A aproximação com o candidato do PT se deu por meio do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, que faz parte da coordenação da campanha presidencial.

O empresário ainda disse que Bolsonaro é "bravateiro" e "covarde".

— Bolsonaro não vai ganhar. Pode ter certeza que ele vai ganhar. É muito difícil ele tirar esses 6 milhões de votos (de diferença para a Lula). Ele já usou a máquina no limite. A máquina está batendo pino. Ele fez todos os cheques que se pode imaginar com a caneta dos outros.

Por Sérgio Roxo — São Paulo
O Globo

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