Donald Trump em pronunciamento na Casa Branca, em 15 de outubro de 2025 — Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
Por Marcelo Tuvuca, Arthur Stabile, Nayara Felizardo, Marina Lourenço, g1
Os EUA anunciaram nesta quinta-feira (21) a retirada da tarifa de 40% de alguns produtos brasileiros. A decisão foi publicada pela Casa Branca.
A medida beneficia carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros produtos. São mais de 200 itens que foram acrescentados à lista de exceções do tarifaço imposto anteriormente ao Brasil.
A retirada da tarifa vale para produtos que chegaram aos Estados Unidos a partir de 13 de novembro. A data coincide com a reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, quando o tema foi discutido.
Na semana passada, o governo Trump já havia reduzido as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, para vários países. No caso do Brasil, a alíquota havia caído de 50% para 40%.
Agora, itens como café, carne e frutas, incluídos nas duas decisões recentes, voltam às taxas de exportação praticadas antes do tarifaço anunciado por Trump.
Veja alguns dos produtos que tiveram a tarifa de 40% retirada:
* café;
* carne bovina;
* açaí;
* cacau;
* tomate;
* coco;
* castanha de caju;
* mate;
* especiarias, como pimenta, canela, baunilha, cravo e noz-moscada.
Negociações entre Lula e Trump
Diferentemente da ordem executiva da semana passada, que era global, a decisão de hoje se aplica somente ao Brasil.
Na ordem desta quinta, Trump cita a conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de outubro, e afirma que a retirada das tarifas é resultado das negociações entre os dois governos.
"Em 6 de outubro de 2025, participei de uma conversa telefônica com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as preocupações identificadas no Decreto Executivo 14323. Essas negociações estão em andamento", diz Trump no documento.
"Também recebi informações e recomendações adicionais de diversos funcionários [...] em sua opinião, certas importações agrícolas do Brasil não deveriam mais estar sujeitas à alíquota adicional [...] porque, entre outras considerações relevantes, houve progresso inicial nas negociações com o Governo do Brasil", acrescenta o presidente.
Governo brasileiro celebra decisão
O governo do Brasil comemorou a retirada da tarifa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está “muito feliz porque o presidente Trump começou a reduzir a taxação de alguns produtos brasileiros". "Essas coisas vão acontecer à medida que a gente conversa”, afirmou.
Lula acrescentou que seguirá buscando “diálogo e racionalidade” para eliminar as demais tarifas ainda aplicadas aos produtos brasileiros.
Para o Itamaraty, a decisão foi um avanço importante, especialmente por fazer menção às negociações com o Brasil e porque a data retroativa (13 de novembro) coincide com o dia da reunião entre Marco Rubio e Mauro Vieira.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, afirmou que a medida é uma “excelente notícia”. Segundo ele, o Brasil volta a competir em condições equilibradas no mercado dos EUA, o que ajuda a estabilizar preços dos produtos.
Alívio para exportadores
A retirada de taxas do café e da carne, especificamente, representa um alívio para exportadores brasileiros desses produtos.
Os Estados Unidos são o principal comprador de café do Brasil e respondem por cerca de 16% de tudo o que o país exporta. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as importações caíram pela metade entre agosto e outubro, na comparação com 2024, por causa do tarifaço.
O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, disse que a decisão é resultado de “um trabalho muito intenso”.
"Para nós, é um momento de celebração, um presente de Natal antecipado. Vamos concorrer com nossa sustentabilidade e competitividade em pé de igualdade, como a gente sempre quis", afirmou ao g1.
No caso da carne, os EUA eram o segundo maior comprador do produto brasileiro antes do tarifaço, importando 12% de todo o volume que o Brasil vende para o exterior.
Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a decisão do governo americano.
Segundo a entidade, "a reversão reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para a carne bovina brasileira."
Por Marcelo Tuvuca, Arthur Stabile, Nayara Felizardo, Marina Lourenço, g1
A medida beneficia carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros produtos. São mais de 200 itens que foram acrescentados à lista de exceções do tarifaço imposto anteriormente ao Brasil.
A retirada da tarifa vale para produtos que chegaram aos Estados Unidos a partir de 13 de novembro. A data coincide com a reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, quando o tema foi discutido.
Na semana passada, o governo Trump já havia reduzido as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, para vários países. No caso do Brasil, a alíquota havia caído de 50% para 40%.
Agora, itens como café, carne e frutas, incluídos nas duas decisões recentes, voltam às taxas de exportação praticadas antes do tarifaço anunciado por Trump.
Veja alguns dos produtos que tiveram a tarifa de 40% retirada:
* café;
* carne bovina;
* açaí;
* cacau;
* banana;
* tomate;
* coco;
* castanha de caju;
* mate;
* especiarias, como pimenta, canela, baunilha, cravo e noz-moscada.
Negociações entre Lula e Trump
Diferentemente da ordem executiva da semana passada, que era global, a decisão de hoje se aplica somente ao Brasil.
Na ordem desta quinta, Trump cita a conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de outubro, e afirma que a retirada das tarifas é resultado das negociações entre os dois governos.
"Em 6 de outubro de 2025, participei de uma conversa telefônica com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as preocupações identificadas no Decreto Executivo 14323. Essas negociações estão em andamento", diz Trump no documento.
"Também recebi informações e recomendações adicionais de diversos funcionários [...] em sua opinião, certas importações agrícolas do Brasil não deveriam mais estar sujeitas à alíquota adicional [...] porque, entre outras considerações relevantes, houve progresso inicial nas negociações com o Governo do Brasil", acrescenta o presidente.
Governo brasileiro celebra decisão
O governo do Brasil comemorou a retirada da tarifa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está “muito feliz porque o presidente Trump começou a reduzir a taxação de alguns produtos brasileiros". "Essas coisas vão acontecer à medida que a gente conversa”, afirmou.
Lula acrescentou que seguirá buscando “diálogo e racionalidade” para eliminar as demais tarifas ainda aplicadas aos produtos brasileiros.
Para o Itamaraty, a decisão foi um avanço importante, especialmente por fazer menção às negociações com o Brasil e porque a data retroativa (13 de novembro) coincide com o dia da reunião entre Marco Rubio e Mauro Vieira.
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, afirmou que a medida é uma “excelente notícia”. Segundo ele, o Brasil volta a competir em condições equilibradas no mercado dos EUA, o que ajuda a estabilizar preços dos produtos.
Alívio para exportadores
A retirada de taxas do café e da carne, especificamente, representa um alívio para exportadores brasileiros desses produtos.
Os Estados Unidos são o principal comprador de café do Brasil e respondem por cerca de 16% de tudo o que o país exporta. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as importações caíram pela metade entre agosto e outubro, na comparação com 2024, por causa do tarifaço.
O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, disse que a decisão é resultado de “um trabalho muito intenso”.
"Para nós, é um momento de celebração, um presente de Natal antecipado. Vamos concorrer com nossa sustentabilidade e competitividade em pé de igualdade, como a gente sempre quis", afirmou ao g1.
No caso da carne, os EUA eram o segundo maior comprador do produto brasileiro antes do tarifaço, importando 12% de todo o volume que o Brasil vende para o exterior.
Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) comemorou a decisão do governo americano.
Segundo a entidade, "a reversão reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para a carne bovina brasileira."
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