07 novembro 2025

STF começa a julgar nesta sexta recursos de Bolsonaro e mais seis réus; veja como funciona


JN mostra quais são as acusações e o que dizem as defesas do núcleo crucial da trama golpista — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução


Em setembro, grupo foi condenado a penas que ariam de mais de 16 anos a 27 anos e três meses de prisão: defesas buscam redução dos tempos de prisão.


Por Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga, a partir desta sexta-feira (7), os recursos das defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros seis réus condenados por participação na tentativa de golpe de Estado em 2022.

⚖️ Após a condenação do grupo, em setembro, advogados dos réus apresentaram recursos – os embargos de declaração.

🔍 Embargos de declaração são usados para apontar contradições ou trechos obscuros em decisões judiciais. Embora normalmente não alterem o resultado, o STF pode admitir efeitos modificativos, permitindo mudanças como redução de pena ou até extinção da punição, caso os argumentos da defesa sejam aceitos.

O que dizem os recursos?

As defesas dos réus apresentaram ao Supremo pontos em que consideram que houve omissão ou contradição na decisão.

Eles questionaram temas como:

* o papel de liderança atribuído ao ex-presidente Jair Bolsonaro;

* a delação de Mauro Cid;

* a violência nas ações do golpe de Estado;

* a conexão do caso com os atos antidemocráticos do 8 de janeiro - quando foram invadidas e depredadas as sedes dos Três Poderes;

* o cálculo das penas;

* a aplicação simultânea de dois crimes contra a democracia.

Por que o julgamento é virtual?

As regras internas do Supremo permitem que o relator envie os embargos de declaração para julgamento virtual.

🖊️ Moraes liberou o caso para julgamento no dia 28. Na sequência, o presidente do colegiado, Flávio Dino, marcou a análise para deliberação eletrônica, na sessão que começa nesta sexta-feira (7).

O julgamento do caso ocorre até o dia 14 de novembro, se não houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (leva o caso para o plenário presencial).

As defesas podem apresentar novos embargos de declaração, se considerarem que há esclarecimentos que ainda precisam ser prestados. Normalmente, o tribunal permite a execução da pena após a análise deste segundo pedido.

Quando os condenados começam a cumprir pena?

A pena só começa a ser aplicada quando a decisão da Primeira Turma for definitiva — ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos. Ainda não há data para isso.

Encerrado o processo, serão executadas as determinações da Primeira Turma:

* tempos de prisão que variam de 16 a 27 anos;

* pagamento de indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos;

* cálculo e pagamento da multa, também aplicada como pena aos réus;

perda de mandato na Câmara dos Deputados de Alexandre Ramagem;

* perda de cargos na Polícia Federal de Alexandre Ramagem e Anderson Torres;

* suspensão de direitos políticos;

* comunicação ao Superior Tribunal Militar para o procedimento de declaração de indignidade para o oficialato, com perdas de postos e patentes.

Por que Bolsonaro está em prisão domiciliar?


Apesar de condenado pela Primeira Turma, Bolsonaro ainda não cumpre a pena porque ainda há possibilidade de recursos contra a condenação.

A prisão é provisória e foi determinada porque Bolsonaro teria tentado interferir justamente no processo em que foi condenado.

👉🏽 Se a decisão da Primeira Turma se tornar definitiva, a defesa pode pedir que o tempo de prisão domiciliar seja descontado da pena.

O STF ainda vai decidir se isso será permitido, já que os processos são diferentes, embora ligados.

A defesa também pode pedir que Bolsonaro cumpra a pena em prisão domiciliar, alegando a idade como justificativa.

Por Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília

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