06 outubro 2025

Em conversa de 30 minutos, Lula e Trump 'relembraram boa química' e petista pediu retirada de tarifaço, diz Planalto


Lula e Trump vêm protagonizando, segundo especialistas, o pior momento das relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos — Foto: Getty Images via BBC

Governo brasileiro informou em nota que os dois presidentes concordaram em ter um encontro presidencial em breve, mas local não foi definido.

Por Guilherme Mazui, Ana Flávia Castro, Gustavo Garcia, Mariana Laboissière, g1 — Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversaram por telefone por cerca de 30 minutos nesta segunda-feira (6), e o petista aproveitou a ocasião para pedir ao norte-americano que reveja o tarifaço e as sanções a autoridades brasileiras.

Segundo a nota divulgada pelo Palácio do Planalto, os dois concordaram em ter um encontro presencial em breve.

Eles também teriam trocado telefones para "estabelecer via direta de comunicação".

Na conversa:

* Lula e Trump relembraram a "boa química" do encontro em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU;

* Lula recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços;

* O petista solicitou a Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras;

* Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações sobre o tarifaço;
Os dois concordaram com um encontro presencial em breve;

* Lula sugeriu um encontro na Cúpula da Asean, na Malásia, reiterou o convite a Trump para participar da COP30, em Belém e se dispôs a viajar aos Estados Unidos;

Os dois trocaram telefones para estabelecerem uma via direta de comunicação.


'Boa química'

A nota do Planalto informa que Lula e Trump o relembraram a "boa química" que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU.

🤝 No fim de setembro, o chefe da Casa Branca discursou logo após a fala de Lula na ONU, e os dois tiveram um pequeno contato, no qual se cumprimentaram e concordaram em conversar. Segundo Trump, houve uma boa "química" entre Lula e ele (relembre no vídeo abaixo).

Depois de rápido encontro, Trump diz que teve "ótima química" com Lula

Lula também solicitou ao presidente dos Estados Unidos que retire a sobretaxa de 40% a produtos brasileiros em território norte-americano, bem como as sanções impostas a autoridades brasileiras.

🔎 Em alguns casos, a tarifa total sobre itens do Brasil chega a 50%, quando somada à alíquota base de 10% já existente.

"Considero nosso contato direto como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente", informou o presidente Lula em uma rede social sobre o encontro.

"No telefonema, recordei que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitei ao presidente Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras", prosseguiu.

Segundo Lula, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações sobre o tema com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

🔎 Além das tarifas a produtos brasileiros, o governo de Donald Trump também revogou vistos de autoridades brasileiras, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do advogado-geral da União, Jorge Messias, e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

🔎 Em outra frente, Trump incluiu o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a esposa, Viviane Barci de Moraes, na lista de sancionados pela Lei Magnitsky, utilizada para punir estrangeiros.

Encontro presencial

Lula sondou a possibilidade de um encontro presencial com Trump na Malásia, durante a reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), no final deste mês. Os dois presidentes foram convidados a participar do evento.

O governo brasileiro vê a cúpula como um local ideal para o encontro entre os dois líderes porque proporcionará uma oportunidade para os dois se reunirem em um local neutro, em vez da Casa Branca ou de Brasília.

Trump ainda não confirmou oficialmente sua presença na cúpula da Asean, mas é esperado que ele visite a Malásia como parte de uma viagem à Ásia que também incluiria paradas no Japão e na Coreia do Sul.

Lula seguirá para Kuala Lumpur após uma visita de Estado à Indonésia, parte de seus esforços para aprofundar os laços comerciais com a região.

Mas, apesar da sugestão de um local fora dos dois países, Lula também reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA), e se dispôs a viajar aos Estados Unidos.

Por Guilherme Mazui, Ana Flávia Castro, Gustavo Garcia, Mariana Laboissière, g1 — Brasília

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