05 agosto 2025

Aos gritos de "O Brasil vai parar", manifestantes fazem buzinaço e se reúnem na frente do condomínio de Bolsonaro após ordem de prisão domiciliar


Manifestantes se reúnem na porta do condomínio de Bolsonaro, em Brasília — Foto: Cristiano Mariz

Por Cristiano Mariz e Lauriberto Pompeu — Brasília

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro fizeram um buzinaço, saíram em carreata por avenidas de Brasília e estão reunidos na noite desta segunda-feira na frente do condomínio onde o ex-presidente mora e cumprirá prisão domiciliar, no bairro Jardim Botânico. A Polícia Militar do Distrito Federal realizou o bloqueio da via que dá acesso à Esplanada dos Ministérios, a 13 quilômetros de distância, para evitar que o grupo se dirija ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Procurada pela reportagem, a PM do DF disse que “a via sentido Praça dos Três Poderes está interditada, na altura da Catedral de Brasília”.

Logo após a determinação de prisão domiciliar, apoiadores, o que inclui alguns deputados da oposição, mobilizaram uma carreata, com a realização de “buzinaço” em favor dele.

Sem conseguir ter acesso à Esplanada, os manifestantes mudaram a rota e se dirigiram até as proximidades do condomínio. A PM fez uma barreira no local para impedir a chegada de carros na porta do condomínio, mas um grupo em torno de uma centena de apoiadores seguiu a pé. Aos gritos de "O Brasil vai parar", eles manifestam apoio a Bolsonaro. O deputado Evair de Melo (PP-ES) e o advogado Sebastião Coelho, desembargador aposentado, integram o grupo. Coelho é um dos advogados do ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins e já teve embates com o ministro do STF Alexandre de Moraes ao longo do processo da trama golpista. Moraes é o autor da ordem de prisão de Bolsonaro.

Ele determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro por "reiterado descumprimento de medidas cautelares". Moraes afirmou que o ex-presidente "ignorou e desrespeitou" a Corte e justificou a medida com base na participação de Bolsonaro por telefone na manifestação contra o STF e a favor da anistia que reuniu apoiadores em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no domingo.

O vídeo com uma das falas foi postado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), mas apagado horas depois. Bolsonaro saudou os presentes e afirmou que a manifestação era “pela nossa liberdade, pelo nosso futuro e pelo Brasil”.

Réu no STF no caso da trama golpista, que apura a tentativa de um golpe contra o resultado das eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro era alvo de medidas cautelares desde o início de julho. Por decisão de Moraes, o ex-presidente ficou proibido de usar as redes sociais e sair de casa entre 19h e 6h, por suspeita de participar de uma articulação junto aos Estados Unidos para pressionar o Judiciário e o governo brasileiro em troca de perdão na trama golpista. Como as falas dele foram divulgadas nas redes, o ministro do STF considerou que as medidas foram descumpridas e determinou restrições mais rigorosas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.