sexta-feira, abril 24, 2020

Assista e leia a íntegra do pronunciamento em que Moro anunciou saída do governo



Assista no vídeo acima e leia abaixo a íntegra do pronunciamento em que o ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, anunciou a saída do governo.
Íntegra

Bom dia a todos. Quero cumprimentar não só os jornalistas, o pessoal da imprensa, mas especialmente o pessoal do Ministério da Justiça e Segurança Pública aqui presente, muitos também gostariam de estar aqui presentes, mas nós buscamos ao máximo evitar aglomerações, não conseguimos totalmente, mas, enfim.

Primeiro queria lamentar a realização dessa, eu pediria silêncio para falar sem intervenção. Eu queria lamentar esse evento na data de hoje. Nós estamos passando por uma pandemia, covid 19. Ontem, uma informação lamentável de 407 óbitos, 3.313 óbitos no total. Então, durante essa pandemia, infelizmente tendo que realizar esse evento, busquei ao máximo evitar que isso acontecesse, mas foi inevitável, então peço a compreensão de todos pela circunstância adversa, mas não foi por minha opção.

Antes de entrar no assunto específico, eu queria fazer só algumas reflexões gerais para poder justificar minhas decisões. Antes de assumir o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública eu fui juiz federal por 22 anos, tive diversos casos criminais relevantes.

Desde 2014, em particular, nós tivemos a operação Lava Jato, que mudou o patamar de combate a corrupção no país. Claro que existe muito ainda a ser feito, mas aquela grande corrupção, que em geral era impune, esse cenário foi modificado. Isso foi um trabalho no Judiciário, no Ministério Público, de outros órgãos e na parte da investigação principalmente da Polícia Federal. Naquela, durante esses anos, desde 2014 na Lava Jato, a gente sempre tinha uma preocupação constante de uma interferência do Executivo nos trabalhos da investigação e isso poderia ser feito de diversas formas.

Troca do diretor-geral, assim que houvesse causa, troca do superintendente. Tivemos no início da Lava Jato o superintendente Rosalvo Ferreira. Convidei aqui pro ministério, fazendo um grande trabalho. Depois foi sucedido pelo superintendente Valeixo, também nomeado diretor-geral da Polícia Federal, fazendo também um grande trabalho. Houve essa substituição, mas essa substituição na época foi pela aposentadoria do doutor Rosalvo e, enfim, foi garantida a autonomia da Polícia Federal durante esses trabalhos lá de investigação.

É certo que o governo da época tinha inúmeros defeitos, aqueles crimes gigantescos de corrupção que aconteceram naquela época, mas foi fundamental a manutenção da autonomia da PF para que fosse possível realizar esses trabalhos, seja de bom grado ou seja pela pressão da sociedade, essa autonomia foi mantida e isso permitiu que os resultados fossem alcançados.

Isso é até um ilustrativo da importância de garantir o Estado de Direito, o run of law, a autonomia das instituições de controle e de investigação. Lembrando aqui até um episódio que um domingo qualquer durante aquelas investigações lembro que foi o superintendente Maurício Valeixo que recebeu uma ordem de soltura ilegal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então condenado por corrupção, preso. Essa ordem, emitida por um juiz incompetente. Depois isso foi reconhecido nas demais instâncias, foi graças à autonomia dele, e o sentimento da necessidade de cumprimento de dever que ele comunicou às autoridades judiciárias e foi possível rever essa ordem de prisão ilegal ,antes que ela fosse executada, demonstrando empenho dessas autoridades e a importância da autonomia das organizações de controle.

Final de 2018 , essa é história um pouco repetida, eu recebi o convite do então eleito presidente da República Jair Bolsonaro, e já falei diversas vezes, é facil repetir essa história , porque é verdadeira.

E fui convidado a ser ministro da Justiça e da Segurança Pública. O que foi conversado com o presidente, foi no dia 1º de novembro, foi que nós teríamos o compromisso com o combate à corrupção e o crime organizado e à criminalidade violenta. Inclusive, me foi prometido na ocasião carta branca pra nomear todos os assessores, inclusive desses órgãos policiais, como Polícia Rodoviária Federal e a própria Polícia Federal.

Na ocasião, até aproveitando aqui um breve parêntese, pra desmistificar um dado, foi divulgado equivocadamente por algumas pessoas que eu teria estabelecido como condição pra assumir o Ministério da Justiça , uma nomeação ao STF.

Nunca houve essa condição, até porque seria algo de aceitar um cargo de ministro da Justiça pensando em outro, isso não é da minha natureza. Eu realmente assumi esse cargo, fui criticado e entendo essas críticas. Mas a ideia era realmente buscar um nível de formulador de políticas públicas aqui numa alta posição do Executivo. De aprofundar o combate, levar esse maior em relação ao crime organizado.

Tem uma única condição que eu coloquei isso, eu acho não faz mais sentido manter em segredo e pode confirmado tanto pelo presidente quanto pelo General Heleno. Contribuí 22 anos para a previdência, entendia saindo da magistratura essa previdência, pedi apenas, já que nós íamos ser firmes contra a criminalidade, especialmente o crime o crime organizado, que é muito poderoso, se algo acontecesse, pedi que a minha família não ficasse desamparada, sem uma pensão. Foi a única condição que eu coloquei para assumir essa posição específica do Ministério da Justiça.

Permito-me aqui dizer que o presidente concordou com todas, com esse compromisso, combate à corrupção, combate à criminalidade violenta, combate à criminalidade organizada, falou até publicamente que me daria carta branca. Eu já tinha uma expertise por trabalhar com polícia, como juiz, evidentemente no combate à criminalidade organizada, e aceitei porque entendo que realmente fazer com que as coisas evoluíssem, e minha aceitação na época era que essa aceitação, que essa aceitação ao convite foi muito bem acolhida pela sociedade.

E também me vi como, estando no governo, como também garantidor, claro que existem outras instituições importantes, Senado, Supremo Tribunal Federal, Ministério Público, mas entendia, pelo meu passado de juiz e pelo compromisso com Estado de Direito, eu também poderia ser um garantidor da lei e da imparcialidade e da autonomia dessas instituições.

Dentro do ministério , me permitam fazer... A palavra mote tem sido "integração". Nós atuamos muito próximo das forças de segurança estaduais, até mesmo municipais. Nós realmente trabalhamos duro contra a criminalidade organizada, ouso aqui dizer, claro que tudo isso é sujeito a criticas e segundas opiniões, mas que não ouve um combate tão efetivo contra a criminalidade organizada como houve nessa gestão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Trabalhamos não contra, mas com os governos estaduais. Tivemos o caso, por exemplo, da transferência e isolamento das lideranças do PCC, tivemos recentemente a prisão do da maior autoridade do PCC em liberdade, 20 anos foragido no exterior, graças a um trabalho de investigação eficiente da Policial Federal.

Tivemos recordes de apreensão de drogas, é importante tirar drogas das ruas. Tivemos recordes de destruição de maconha no Paraguai, que é nosso principal fornecedor. Números expressivos de apreensão de produto do crime, seja de droga, seja de corrupção, principalmente pela Polícia Federal. Buscamos fortalecer a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal nesse período, com ampliação de concursos existentes.

Levamos a Força Nacional a todo o território nacional. É uma instituição que, a meu ver, deveria ser fortalecida. Nós estamos, lá no Congresso Nacional, com uma emenda à Constituição para que possamos ter , com o tempo corpo próprio, sem prejuízo dos mobilizados, sem prejuízo dos requisitados dos estados.

Ela tem sido muito demanadada e as vezes nós sentimos que não temos perna suficiente . E ela atendeu diversas emergências de segurança pública nesse período. No ceará, mais de uma vez, espalhada em terras indígenas .

Criamos o siop , secretaria de operações integradas. Siop desenvolveu um programa chamado olhos e vigia .talvez um dos primeiros programas efetivos de controle de fronteiras e trabalha com forças de segurança estaduais. Investimos em inteligência com centro de fusão . Várias outras areas do ministerio da justiça tiveram , a meu ver , um bom ganho de efetividade: : area do consumidor, area de integração , area do senajus

No momento, o ministerio da justiça está voltado principalmente para o combate da pandemia. Isso prejudicou um pouco os planos em curso, embora continuassem mas estamos cuidando principalmente de epi, de vacinação, de coordenação das forças de segurança.

Com oplano nacional de segurança. enquanto o Coaf esteve no ministério da justiça, eu não pedi que o Coaf viesse, mas foi proposto que ele fosse colocado na estrutura do Ministério da Justiça, nós o fortalecemos, depois ele acabou sendo transferido para outros órgãos, onde tem presente que a estrutura fortalecida se manteve, acho que isso é muito positivo, também é um órgão de inteligência.

Importantíssimo, que nós devemos inclusive aumentar sua estrutura e melhorar o seu funcionamento. tivemos ai o projeto de lei anticrime, que foi a principal mudança legislativa durante o nosso período de gestão, várias alterações, facilitações também de vende de drogas, o depen fez também um trabalho fantástico, o ministério público, a Senad, desculpe aqui um pouco cansativo, todas essas reflexões

O projeto de lei anticrime poderia ter avanços maiores, infelizmente não foi aprovado em sua totalidade, mas ainda assim na minha avaliação ele representou um grande avanço. eu lembro aqui, num dos primeiros projetos que nós fizemos, no ministério da justiça, logo no início, foi uma campanha motivacional pros servidores e o tema era "faça a coisa certa sempre"L

Então, esse sempre foi o mot, sempre foi a palavra, frase de ordem do ministério da justiça e segurança pública, faça a coisa certa, não importa as circunstâncias, arque com as consequências, isso faz parte. com tudo isso nós conseguimos resultados expressivos, alguns deles eu já mencionei, como as questões de combate ao crime organizado

Mas nós tivemos aqui, permito-me dizer, uma redução expressiva da criminalidade em 2019. tudo bem, já tinha uma queda em 2018, mas em 2019 nós tivemos uma queda em percentuais sem precedentes históricos, menos 19% de assassinatos, outros crimes caíram percentualmente até mais, de maneira até mais significativa.

Mais de 10 mil brasileiros deixaram de ser assassinados. claro, é um resultado compartilhado com os estados, com os municípios, onde tem combate a violência, ninguém tem dúvida disso, ninguém quer invocar esse mérito específico de maneira exclusiva, até por que a proposta do ministério da justiça sempre foi integração. o que importa é o resultado, não quem leva a medalha no final. mas é muito significativo, isso me deixa muito feliz, que nesse primeiro ano nós tivemos resultados assim tão positivos para queda de violência, que é uma grande aspiração da população brasileira.

Mas, enfim, esse é um trabalho que é permanente e duradouro. Bem em todo esse período tive apoio do presidente Jair Bolsonaro em vários desses projetos outros nem tanto mas a partir do segundo semestre do ano passado passou a haver uma insistência do presidente da troca do comando da polícia federal. Isso inclusive foi declarado publicamente elo próprio presidente

Houve primeiro um desejo de trocar o desejo de trocar um superintendente da polícia federal do rio de janeiro sinceramente não havia nenhum motivo pra essa substituição mas conversando com o superintendente em questão ele queria sair do cargo por questões exclusivamente pessoais. Então nesse cenário cabemos concordando eu e o diretor geral em promover essa troca com uma substituição técnica com uma substituição de um indicado pela polícia. Agora tem que fazer uma referência bastante rápida eu não indico superintendente da polícia federal. única pessoa que indiquei na polícia federal foi o diretor o maurício valeixo. Não é meu papel fazer indicações ai de superintendentes e assim tem sido no ministério como um todo eu sempre tenho solicitado dado autonomia aos pessoal que trabalha comigo a palavra certa não é subordinado é equipe, pra que eles façam as melhores escolhas assim se valoriza ai os subordinados desculpa equipe e as escolhas técnicas eu tinha notícia quando eu assumi aqui o ministério da justiça de que pelo havia rumores de que a polícia rodoviária federal tinha alguma superintendentes superintendências indicações políticas eu escolhi o diretor geral Adriano Furtado aqui presente ele pode ser testemunhar o que eu disse pra ele na ocasião que eu falei escolha tecnicamente

O que não é aceitável de maneira nenhuma são essas indicações políticas claro que às vezes existem indicações positivas mas quando se começa a preencher esses casos técnicos principalmente de polícia por questões políticas partidárias provavelmente o resultado não é bom para a corporação inclusive. o presidente no entanto passou a insistir também na troca do diretor geral o que que eu sempre disse ao presidente, presidente eu não tenho nenhum problema em trocar o diretor geral da polícia federal

Mas eu preciso de uma causa. E uma causa normalmente relacionada a uma insuficiência de desempenho um erro grave,. E no entanto o que eu vi durante todo esse período, até pelo histórico do próprio diretor geral, que é um trabalho bem feito.

Várias dessas operações importantes de combate ao crime organizado, Operações também combate à corrupção que foram relevantes. Poderiam até ter mais operações. Mas, normalmente essas operações elas maturam durante algum tempo e ano passado em particular nós ficamos aí quatro meses sem poder movimentar inquéritos envolvendo lavagem de dinheiro, por uma decisão judicial. Isso também prejudicou um pouco os trabalhos.

Mas o trabalho vinha sendo feito e até a queda dessas estatísticas criminais era um indicador relevante de que o trabalho estava sendo positivo. E há uma questão do nome ; tem outros bons nomes pra assumir o cargo de diretor da polícia federal. Há outros delegados igualmente competentes. O grande problema de realizar essa troca, primeiro : havia uma violação a uma promessa que me foi feita inicialmente, que eu teria carta branca . em segundo lugar não havia um causa para essa substituição , e estaria claro que estaria ali havendo uma interferência politica na policia federal que gera um abalo na credibilidade, não minha, minha também, mas também do governo, desse compromisso maior que temos que ter com a lei. ... E entra em impacto também , na minha opinião, na propria efetividade da polícia federal. E ia gerar uma desorganização. Não aconteceu durante a lava-jato, a despeito de todos os problemas de corrupção dos governos anteriores. Houve até um episódio em que foi nomeado um diretor no passado, com intuito de interferência política e não deu certo, ficou pouco mais de 3 meses.

A própria instituição rejeitou a essa possibilidade, e o problema é que nas conversas com o presidente e isso ele me disse expressamente que não é só troca do diretor geral, haveria também intenção de trocar superintendentes, novamente o superintendente do RJ, outros superintendentes provavelmente viriam em seguida....Superintendente da polícia federal de pernambuco sem que fosse me apresentado uma razão uma causa para realizar esses tipos de substituições que fossem aceitáveis. muito tempo pelo presidente busquei postergar essa decisão às vezes até sinalizando que poderia concordar no futuro com essa possibilidade e até num primeiro momento pensando não de repente pode ser feito pode ser alterado mas cada vez mais me veio a sinalização de que seria um grande equívoco realizar essa substituição

Ontem, conversei com o presidente, houve essa insistência do presidente. Falei ao presidente que seria uma intervenção política, e ele disse que seria mesmo. Falei que isso teria um impacto para todos, que seria negativo, mas para evitar uma crise durante uma pandemia, não tenho ai vocação para ??, muito pelo contrário, acho que o momento não é apropriado pra isso, eu sinalizei, vamos substituir o Valeixo por alguém que daria continuidade, alguém com perfil absolutamente técnico e que fosse uma sugestão minha também. Na verdade, nem minha, uma sugestão da própria polícia federal.


Eu sinalizei com o nome do atual diretor executivo da polícia federal, Dinsey Rosseti, eu nem tenho uma grande familiaridade com Rosseti, mas é uma pessoa de carreira, de confiança e como eu disse, essas questões não pessoas, são preferências pessoais. São questões que tem que ser decididas tecnicamente. fiz essa sinalização, mas não obtive resposta. presidente tem a preferência por alguns nomes que seriam da indicação deles, não sei qual que vai ser exatamente a escolha, foi ventilado nome do, de um delegado que passou mais tempo no congresso do que na ativa na Polícia Federal. Foi indicado, sugerido o nome do atual diretor da Abin, tem até um bom nome dentro da Polícia Federal.

Mas o grande problema é que não é tanto essa questão de quem colocar . Mas por que trocar ? E permitir que seja feita a interfêrencia política no ambito da polícia federal. O presidente me disse mais de uma vez que queria ter uma pessoa da confiança pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, relatorios de inteligencia. Seja diretor , seja superintentendnete. E não é o papela da polícia federal prestar esse tipo de informação

As investigações têm que ser preservadas . Imaginem , se durante a lava jato, o ex-presiente lula, a ex-presidente dilma ficassem ligando para a polícia federal em curitiba para colher informações. A autonomia da polícia federal , com respeito à autonomia da aplicação da lei, seja a quem for, é um valor fundamental que temos que preservar dentro de um estado de direito . O presidente me disse isso expressamente, e eu não entendi apropriado.

Então , o problema não é quem entra mas por que alguém entra? E se esse alguém , sendo da corporação aceitando substituição do atual diretor geral, que impacto que isso vai ter na corporação , a uma proposta dessa espécie , eu fico na dúvida se vai conseguir dizer não a outros temas. .

Há uma possibilidade que se afirma que o mauricio valeixo gostaria de sair. Mas isso não é totalmente verdadeiro. O ápice da carreira de qualquer policial federal, de todo delegado federal é a direção geral da polícia federal e entrou com uma missão.claro que depois de tantas pressões para que ele saísse de fato, ele até manifestou a mim : talvez seja melhor eu sair pra diminuir essa cisma e nós conseguirmos realizarmos uma substituição adequada. Eu sairia para alguma adidância mas nunca isso voluntariamente mas decorrente dessa pressão que, a meu ver nao seria apropriada.

Para diminuir essa cisma e nós conseguirmos realizar uma substituição aqui adequada, eu sairia para uma adidância ou outro cargo. mas nunca isso voluntariamente. e sim decorrente dessa pressão que ao meu ver não é apropriada. E o grande problema, uma substituição que seja orientada por causas que possam ser sustentadas, não haveria ai nenhum problema específico.

Presidente também me informou que tinha preocupação com inquéritos em curso no supremo tribunal federal em que a troca também seria oportuna da polícia federal por esse motivo, também não é uma razão que justifique a substituição, até algo que gera uma grande preocupação.

Enfim, eu sinto que tenho o dever de tentar proteger a instituição, a polícia federal, e por todos esses motivos, ainda busquei uma solução alternativa, para tentar evitar ai uma crise política durante uma pandemia, acho que o foco deveria ser o combate a pandemia, mas entendi que eu não podia ai deixar de lado esse meu compromisso com o estado de direito. A exoneração que foi publicada, eu fiquei sabendo pelo diário oficial. pela madrugada. eu não assinei esse decreto. em nenhum momento isso foi trazido, em nenhum momento o diretor geral da polícia federal apresentou um pedido formal de exoneração. depois ele me comunicou que ontem a noite recebeu uma ligação dizendo que ia ser exoneração a pedido e se ele concordava. ele disse, como é que eu vou concordar com algo, uma coisa, eu vou fazer o que, se ele já tá sujeito a exoneração a pedido, a exoneração ex ofício. Mas o fato é que não existe nenhum pedido que foi feito de maneira formal, sinceramente fui surpreendido, achei que isso foi ofensivo, vi que depois a Secom confirmou que houve essa exoneração a pedido, mas isso de fato não é verdadeiro. pra mim esse último ato também é uma sinalização de que o presidente me quer fora do cargo, não me quer presente aqui no cargo

Essa precipitação de realização da exoneração não vejo aí muita justificativa eu tenho até outras divergências tive outras divergências com o presidente federal com o presidente da república durante essa permanência aqui tive muitas convergências recebi apoio do presidente em diversas ocasiões importantes assim como dei apoio ao presidente em público em várias circunstâncias, tive pontuais divergências mas eu acho que como ministro estou numa relação que eu tenho que preservar também a questão da hierarquia. mas não vou aqui falar dessas outras divergências isso fica pra uma outra ocasião. De todo modo a minha o meu entendimento foi que eu não tinha como aceitar essa substituição. Há uma questão envolvida do meu também da minha biografia como juiz a lei ao estado de direto a impessoalidade né no trato das coisas com o governo

E eu vivenciei isso na lava a jato seria ali um tiro na lava a jato se houvesse substituição de delegado,de superintendente naquela ocasião então eu não me senti confortável tenho que preservar a minha biografia mas acima de tudo eu tenho que preservar o compromisso que foi o compromisso que eu assumi inicialmente com o próprio presidente que nós seríamos aí firmes no combate a corrupção crime organizado e criminalidade violenta. E um pressuposto necessário para isso é que nós temos que garantir a lei o respeito a lei própria autonomia da polícia federal contra interferências políticas. certo o presidente indica ele tem essa competência ele indica o diretor geral mas ele assumiu um compromisso comigo inicial de que seria uma escolha técnica que eu faria essa escolha e o trabalho vem sendo realizado poderia ser alterado o diretor geral desde que tivesse uma causa consistente não tem uma causa consistente e percebendo que essa interferência política pode levar a relações impróprias entre o diretor geral entre os superintendentes com o presidente da república não posso concordar. eu um pouco sobre o futuro de todo modo eu agradeço. Agradeco ao presidente da República, a nomeação que foi feita. Atrás, acho que nós tínhamos um compromisso e eu fui fiel a esse compromisso. Acho que estou sendo fiel a esse compromisso num momento em que eu me encontro aqui dentro do ministério da Justiça

No futuro, eu vou começar a empacotar minhas coisas e vou providenciar que o meu encaminhamento, a minha carta de demissão. Eu infelizmente não tenho como persistir com o compromisso que eu assumi ser ter condições de preservar a autonomia da Polícia Federal para realizar seus trabalhos. Ou sendo forçado a sinalizar um concordância com uma interferência política na Polícia Federal, cujos resultados são imprevisíveis.

Espero que independente da minha saída , seja feita a escolha de um ou até a própria manutenção do diretor geral atual, já que o pedido de exoneração não existe. Mas não havendo essa possibilidade que seja feita uma escolha técnica ,sem preferencias pessoais.

Que também e a instituição, dá pra se confiar na PF , a PF tem um histórico. Ela vai também resistir a qualquer espécie de interferência política.

Que seja indicado alguém que possa realizar um trabalho autônomo, independente , alguém que não concorde em trocar superintendentes ou delegados por motivos não justificados. O meu futuro pessoal, após disso, eu abandonei esses 22 anos de magistratura. Infelizmente é um caminho sem volta. Mas quando eu assumi , eu sabia dos riscos, vou descansar um pouco. Nesses 22 anos foi muito trabalho.

Em especial, durante todo esse período da da lava-jato, praticamente não tive descanso e nem durante o exercício do cargo de ministro da justiça e segurança.

Vou procurar mais adiante um emprego. Não enriqueci no serviço público. Nem como magistrado nem como ministro. E quero dizer que independentemente de onde eu esteja eu sempre vou estar à disposição do país pra ajudar o que quer que seja , ajudar nesse período da pandemia com outras atitudes. mas, enfim, sempre respeitando o mandamento do ministério da justiça e segurança pública nessa gestão que é fazer a coisa certa sempre. muito obrigado.

Por G1 Brasília

Ex-juiz Sergio Moro anuncia demissão do Ministério da Justiça e deixa o governo Bolsonaro


O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou a demissão nesta sexta-feira (24). O ex-juiz federal deixa a pasta após um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro.

A demissão foi motivada pela decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado para o posto pelo agora ex-ministro. A Polícia Federal é vinculada à pasta da Justiça.

Ao anunciar a demissão, em pronunciamento na manhã desta sexta-feira no Ministério da Justiça, Moro afirmou que disse para Bolsonaro que não se opunha à troca de comando na PF, desde que o presidente lhe apresentasse uma razão para isso.

"Presidente, eu não tenho nenhum problema em troca do diretor, mas eu preciso de uma causa, [como, por exemplo], um erro grave", disse Moro.

Moro disse ainda que o problema não é a troca em si, mas o motivo pelo qual Bolsonaro tomou a atitude. Segundo o agora ex-ministro, Bolsonaro quer "colher" informações dentro da PF, como relatórios de inteligência.

"O presidente me disse mais de uma vez, expressamente, que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja diretor, seja superintendente. E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação", declarou.

Moro fez uma comparação da situação com o período em que conduziu os processos da Operação Lava Jato como juiz: "Imaginem se durante a própria Lava Jato, ministro, diretor-geral, presidente, a então presidente Dilma, o ex-presidente, ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informações sobre as investigações em andamento?", questionou.

Segundo Moro, a autonomia da Polícia Federal "é um valor fundamental que temos que preservar dentro de um estado de direito”.

De acordo com o relato de Moro, ele disse a Bolsonaro que a troca de comando na PF seria uma interferência política na corporação. Ele afirmou que o presidente admitiu isso.

"Falei para o presidente que seria uma interferência política. Ele disse que seria mesmo", revelou Moro.

O agora ex-ministro contou que Bolsonaro vem tentando trocar o comando da PF desde o ano passado.

"A partir do segundo semestre [de 2019] passou a haver uma insistência do presidente na troca do comando da PF."

Moro afirmou que sai do ministério para preservar a própria biografia e para não contradizer o compromisso que assumiu com Bolsonaro: de que o governo seria firme no combate à corrupção.

"Tenho que preservar minha biografia, mas acima de tudo tenho que preservar o compromisso com o presidente de que seríamos firmes no combate à corrupção, a autonomia da PF contra interferências políticas", declarou.

'Não assinei exoneração'

Moro afirmou ainda que ao contrário do que aparece no "Diário Oficial", ele não assinou a exoneração de Valeixo, nem o diretor-geral da PF pediu para sair.

Na publicação, consta a assinatura do então ministro e a informação de que Valeixo saiu "a pedido".

"Eu não assinei esse decreto e em nenhum momento o diretor da PF apresentou um pedido oficial de exoneração", disse.

Segundo Moro, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) mentiu ao dizer em uma rede social que a exoneração foi "a pedido".

"Fato é que não existe nenhum pedido que foi feito de maneira formal. Sinceramente, fui surpreendido, achei que isso foi ofensivo. Vi depois que a Secom confirmou que houve essa exoneração a pedido, mas isso de fato não é verdadeiro", afirmou.

Ele disse ainda que, esse fato, demonstrou que Bolsonaro queria vê-lo fora do governo.

"Para mim esse último ato é uma sinalização de que o presidente me quer realmente fora do cargo."

'Carta branca'

Moro também disse que, quando foi convidado por Bolsonaro para o ministério, o presidente lhe deu "carta-branca" para nomear quem quisesse, inclusive para o comando da Polícia Federal.

"Foi me prometido na ocasião carta branca para nomear todos os assessores, inclusive nos órgãos judiciais, como a Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal", afirmou o agora ex-ministro.

No anúncio, Moro chegou a se emocionar e a ficar com a voz embargada. Foi quando ele disse que havia pedido ao presidente uma única condição para assumir cargo: que sua família ganhasse uma pensão caso algo de grave lhe acontecesse no exercício da função.

"Tem uma única condição que coloquei. Eu não ia revelar, mas agora isso não faz sentido. Eu disse que, como estava saindo da magistratura, contribuí durante 22 anos, pedi que, se algo me acontecesse, que minha família não ficasse desamparada", disse Moro.

Demissão do diretor da PF

Moro foi surpreendido com a publicação da exoneração de Valeixo nesta sexta-feira. Fontes ligadas ao ministro disseram que ele não assinou a exoneração, apesar de o nome dele constar, ao lado do nome de Bolsonaro, no ato que oficializou a saída de Valeixo.

Moro foi anunciado como ministro de Bolsonaro em novembro de 2018, logo após a eleição presidencial. O magistrado ganhou notoriedade como juiz de processos da Operação Lava Jato, entre os quais o que condenou o ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá.

Na oportunidade, Bolsonaro garantiu autonomia a Moro na escolha de cargos de segundo e terceiro escalão. O ministro teria “carta branca” no combate à corrupção.

"Conversamos por uns 40 minutos e ele [Moro] expôs o que pretende fazer caso seja ministro e eu concordei com 100% do que ele propôs. Ele queria uma liberdade total para combater a corrupção e o crime organizado, e um ministério com poderes para tal", declarou Bolsonaro à época.

"É um ministério importante e, inclusive, ficou bem claro em conversa entre nós que qualquer pessoa que porventura apareça nos noticiários policiais vai ser investigada e não vai sofrer qualquer interferência por parte da minha pessoa", acrescentou Bolsonaro.

Interferências

Após o início do governo, Moro e Bolsonaro tiveram uma relação marcada por episódios de interferência do presidente no ministério. Bolsonaro chegou a dizer que tinha poder de veto nas pastas, pois “quem manda” no governo é ele.

Um dos episódios de interferência ocorreu em fevereiro de 2018, quando Moro, após reclamação de Bolsonaro, revogou a nomeação de Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Cientista política, mestra em estudos de conflito e paz pela Universidade de Uppsala (Suécia) e fundadora do Instituto Igarapé, Ilona Szabó atuou na ONG Viva Rio e foi uma das coordenadoras da campanha nacional de desarmamento.

Bolsonaro é a favor de facilitar o acesso da população a armas e ignorou sugestões feitas pelo ministro da Justiça para o decreto das armas.

Valeixo

A situação da PF também abalou a relação entre Bolsonaro e Moro. O presidente pretendia desde o ano passado tirar Valeixo do comando do órgão.

Delegado de carreira, Valeixo foi superintendente da PF no Paraná e atuou na Lava Jato. A experiência o fez ser escolhido por Moro para chefiar a PF.

A liberdade que Moro teve para escolher Valeixo e superintendentes regionais da PF foi minada aos poucos. Em agosto de 2018, sem o conhecimento da cúpula da Polícia Federal, Bolsonaro anunciou a troca do superintendente do Rio de Janeiro.

A fala gerou ameaça de entrega de cargos na PF. A troca na superintendência ocorreu, mas Moro e Valeixo continuaram nas suas funções.

Coaf

A relação entre ministro e presidente também foi abalada, segundo o jornal "O Globo", pelo fato de Moro ter pedido ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, a revisão de uma decisão que restringiu o compartilhamento de relatórios do Coaf com os ministérios públicos e a Polícia Federal.

O movimento do ministro irritou o presidente Jair Bolsonaro, pois a liminar atendia a um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente.

Um relatório do Coaf apontou movimentações atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A defesa argumentou que dados dessas movimentações foram repassados ao Ministério Público sem a autorização judicial.

No caso do Coaf, a transferência do órgão para o Banco Central levou à queda de um dos principais aliados de Moro na Lava Jato, o auditor Roberto Leonel, demitido do comando da estrutura.

Coronavírus

Com a pandemia do novo coronavírus, Moro e Bolsonaro deram outros sinais de descompasso.

Moro defendeu em falas públicas o isolamento como forma de tentar conter o contágio, mais alinhado ao que dizia o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Bolsonaro, por sua vez, fala em isolar somente idosos e pessoas com doenças crônicas. Ele prega a volta do comércio, a retomada das aulas e reabertura de fronteiras com Uruguai e Paraguai.

Supremo

Visto por analistas políticos como um possível postulante ao Planalto em 2022, desde a escolha para chefia a pasta da Justiça, Moro figurou como um possível indicado por Bolsonaro para as duas vagas no STF que serão abertas com as aposentadorias dos ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello.

Bolsonaro costumava elogiar o perfil de Moro, mas também declarou o desejo de indicar um ministro "terrivelmente evangélico" para a Corte.

Perfil

Nascido em 1972 em Maringá, no norte do Paraná, Moro ganhou visibilidade como juiz da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba – especializada em crimes financeiros e de lavagem de dinheiro.

Ele ficou conhecido nacionalmente por ser o juiz responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

Antes da operação, Moro trabalhou no caso Banestado e atuou como auxiliar da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, em 2012, no caso do Mensalão do PT.

A Operação Lava Jato, que teve a primeira fase deflagrada em 17 de março de 2014, começou com a investigação de lavagem de dinheiro em um posto de combustíveis e chegou a um esquema criminoso de fraude, corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. Posteriormente, a ação alcançou outras estatais.

Em mais de quatro anos de Lava Jato, o magistrado sentenciou 46 processos, que condenaram 140 pessoas por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Entre os políticos condenados 13ª Vara Federal de Curitiba estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB).

Doleiros, ex-diretores da Petrobras e empresários ligados a grandes empreiteiras do país também já foram condenados por Moro.

Por Vitor Matos, Luiz Felipe Barbiéri, Guilherme Mazui e Rosanne D'Agostino,
G1 — Brasília
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Nova versão do InfraBR oferece georreferenciamento aos caminhoneiros


Com o objetivo de facilitar ainda mais a atividade dos caminhoneiros diante das dificuldades provocadas pelo coronavírus, o Serpro, em parceria com o Ministério da Infraestrutura (MInfra), desenvolveu mais uma nova funcionalidade para o InfraBR. Agora, o aplicativo possibilita traçar a melhor rota para chegar até os estabelecimentos cadastrados no APP, com o uso da tecnologia de georreferenciamento.

Desde o início de abril, o MInfra e o Serpro já haviam disponibilizado, no aplicativo, informações sobre o funcionamento de serviços essenciais nas rodovias, como restaurantes, borracharias, oficinas, lojas de autopeças e postos de combustíveis abertos, para apoiar a categoria e garantir a continuidade do transporte de cargas do país.

Melhor caminho

"Com a funcionalidade de localização, o InfraBR, por padrão, já identifica os estabelecimentos mais próximos ao caminhoneiro, desde que ele permita o compartilhamento da sua localização. Caso precise consultar a situação de uma localidade mais afastada, há um filtro de busca por município ou pelo nome do estabelecimento, que também traça a rota no mapa georreferenciado", explica a consultora de negócio responsável pelo InfraBR no Serpro, Caroline Almeida.

Além disso, também é possível saber onde estão localizados postos de atendimento de distribuição de kits de higiene e de alimentação. Esse material é oferecido pelo SEST/SENAT, um serviço social autônomo de apoio aos trabalhadores do transporte.

"Em uma semana, houve um aumento de cerca de 50% no número de locais cadastrados. Já são mais de 10.200 serviços, localizados em mais de 1.500 municípios”, revela Caroline. O aplicativo oferece informações sobre o funcionamento de serviços essenciais que são atualizadas constantemente diariamente. A rodovia que mais reúne estabelecimentos é a BR 101, que liga o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, com mais de 2.100 serviços identificados.

O InfraBR pode ser baixado gratuitamente na App Store e no Google Play e as novas funcionalidades estão disponíveis na aba “Coronavírus”. Para quem possui a versão antiga do aplicativo, basta fazer a atualização nessas mesmas lojas.

Assessoria de Imprensa

Moro convoca entrevista coletiva e deve anunciar demissão do Ministério da Justiça


Aliados do ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmaram que ele foi pego de surpresa com a publicação, no "Diário Oficial" desta sexta-feira (24), da exoneração do delegado Maurício Valeixo, agora ex-diretor-geral da Polícia Federal. De acordo com interlocutores do ministro, Moro não gostou da decisão do presidente Jair Bolsonaro e vai anunciar sua saída do governo em entrevista coletiva marcada para as 11h na sede do ministério.

A exoneração de Valeixo, no diário, aparece assinada por Moro e Bolsonaro. Mas, segundo fontes ligadas ao ministro, o nome dele aparece por formalidade.

A Polícia Federal é subordinada ao ministro da Justiça, e é praxe , em casos como o esse, o chefe da pasta assinar a exoneração. A assinatura aparecer sem o consentimento de Moro foi mais um movimento inusual que confirma que a saída de Valeixo não estava combinada com o ministro, muito menos para esta sexta.

O governo publicou que que a exoneração foi “a pedido” (quando o próprio servidor público pede para sair do cargo), mas fontes confirmam que Valeixo não pediu demissão, foi exonerado. Considerava que não havia motivo objetivo para que não permanecesse no cargo.

Na quinta , em conversa com Bolsonaro, Moro disse que se Valeixo saísse, ele deixaria o ministério.

Exoneração de Valeixo

A exoneração de Valeixo é desejo antigo de Bolsonaro, pelo menos desde agosto do ano passado. Na época, Moro e outros integrantes do governo conseguiram convencer o presidente a manter o diretor-geral da PF.

Valeixo é homem de confiança de Moro. Bolsonaro avisou ao ministro que substituiria o diretor-geral da PF numa reunião às 9h de quinta-feira.


Por Camila Bomfim, TV Globo — Brasília

Preço em alta: Preço da Cebola aumenta 750% na Região do Vale do São Francisco nos últimos 4 meses


Embora a produção seja baixa por conta da crise e das dificuldades que os produtores já vem enfrentando ao longo de vários anos, ainda tem aqueles que são verdadeiros amantes da cultura da cebola e por isso plantam nem que seja uma vez por ano. Esses são os que acumulam maiores prejuízos quando o preço da cebola se mantém baixo por muito tempo, mas são também os que conseguem aliviar o sofrimento e diminuir os prejuízos quando o preço está bem agradável como são os praticados na feira desta sexta (24) no Ceasa de Cabrobó.

No final do ano passado o saco de 20 kg da cebola foi comercializado a R$ 10, na mesma feira do dia 20 de dezembro teve cebola que foi vendida a R$ 8. Passados 4 meses, tempo suficiente para que uma plantação de cebola seja colhida, muitos agricultores apenas acumularam mais prejuízos e teve deles que preferiram nem tirar a cebola da roça. Já agora em pleno mês de abril, não há muita cebola no Ceasa de Cabrobó. Mas o preço é muito satisfatório e quem tem cebola está comemorando, pois está vendendo 750% mais cara do que quem colheu em dezembro do ano passado.

Por Blog do Didi Galvão

Petrolândia: Sandileuza é pré-candidata à Câmara no grupo de Fabiano e Rogério Novaes e manda mensagem aos petrolandenses


O grupo político que apoia a reedição da chapa Fabiano e Rogério Novaes, pré-candidatos a prefeito e vice de Petrolândia, lançou vídeo com apresentação de lançamento da pré-candidata a vereadora Sandileuza, - que manda recado ao povo de Petrolândia

Confira acima.

Notícias relacionada ao grupo, VEJA ABAIXO

[É HOJE!]: INSS começa a pagar parcela do 13º salário nesta sexta-feira; veja calendário


Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) começam a receber nesta sexta-feira (24) a primeira parcela do 13º salário, conhecido como abono anual. O depósito será realizado até 8 de maio, (veja calendário completo ao final do texto).

A medida foi uma das anunciadas pelo governo federal para auxiliar no combate à crise econômica trazida pela pandemia de covid-19. Dessa forma, os beneficiários terão em mãos o dinheiro que tradicionalmente recebem apenas no segundo semestre.

Justiça proíbe bancos de cobrarem crédito consignado de aposentados

Segundo o INSS, 30,7 milhões de beneficiários receberão a primeira parcela do 13º, o equivalente a R$ 23,7 bilhões. Nesta primeira parcela, é realizado o desconto Imposto de Renda proporcional para segurados com até 64 anos de idade e que têm renda mensal acima de R$ 1.903,98.

Entre os beneficiados estão:

- aposentados
- beneficiários do auxílio-doença
- beneficiários do auxílio-acidente
- beneficiários do auxílio-reclusão
- beneficiários da pensão por morte
- beneficiários de salário-maternidade

A consulta ao valor exato está disponível pelo app Meu INSS ou pelo site meu.inss.gov.br.

Saiba como se proteger e tire suas dúvidas sobre o novo coronavírus

A segunda parcela para quem ganha até um salário mínimo será paga a partir do dia 25.

Como usar

Para Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), o valor da antecipação vai acabar ajudando não apenas o aposentado ou pensionista, mas também parentes e amigos que estão desempregados ou tiveram o trabalho interrompido por causa das quarentenas.

A melhor estratégia, segundo ele, dependerá da situação financeira do indivíduo. "Se a pessoa não tiver nada, tem que preservar ao máximo esse valor e priorizar os gastos com alimentação, saúde e educação", avalia. É importante fazer essa reserva financeira e deixar de lado gastos com cartão de crédito, financeiras etc.

Pra aquelas pessoas que já têm uma outra renda é mais fácil planejar o uso do dinheiro. Domingos chama a atenção, no entanto, que deve-se considerar que a pandemia vai durar pelo menos alguns meses, segundo as previsões dos médicos, e que os efeitos na economia serão prolongados.

Antecipação do 13º do INSS na sexta deve injetar R$ 47,2 bi na economia

Por se tratar de uma quantia relativamente pequena - a metade do benefício recebido pelo segurado - uma das opções é usar a primeira parcela justamente para o enfrentamento da crise, segundo Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de gestão financeira da FGV. Ele afirma que os idosos podem usar esse reforço no caixa para evitar idas constantes ao supermercado. Esse público é o mais vulnerável à doença covid-19, causada pelo novo coronavírus.

Teixeira diz que o ideal é colocar em casa produtos de primeira necessidade. “Não se trata de fazer um estoque, mas comprar alguns produtos que permitam à pessoa ficar sem ir ao mercado por um prazo de duas ou três semanas, evitando exposição”, afirma.

Se sobrar algum recurso, uma opção é colocar o dinheiro na poupança ou em conta-corrente que funcione com aplicação automática, mas sem carência. “É possível aplicar em investimento sem carência, que a pessoa não precise esperar para retirar. Não é o momento de outro tipo de investimento, em outro momento seria, mas agora não. É um dinheiro para dar um pouco mais de segurança”, diz.

Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), aposentados e pensionistas podem aproveitar o dinheiro para comprar seus medicamentos e quitar eventuais dívidas.

“Se ele está pegando o dinheiro agora, vai fazer falta lá na frente, é preciso saber disso. Ele pode antecipar a compra de remédios que precisa tomar normalmente. Outra opção interessante é guardar na poupança”, afirma.

Veja o calendário da primeira parcela:

Para quem ganha até um salário mínimo:

Final 1: 24/04
Final 2: 27/04
Final 3: 28/04
Final 4: 29/04
Final 5: 30/04
Final 6: 04/05
Final 7: 05/05
Final 8: 06/05
Final 9: 07/05
Final 0: 08/05

Para quem ganha mais de um salário mínimo:

Final 1 e 6: 04/05
Final 2 e 7: 05/05
Final 3 e 8: 06/05
Final 4 e 9: 07/05
Final 5 e 0: 08/05

Veja o calendário de pagamentos da segunda parcela:

Para quem ganha até um salário mínimo:

Final 1: 25/05
Final 2: 26/05
Final 3: 27/05
Final 4: 28/05
Final 5: 29/05
Final 6: 01/06
Final 7: 02/06
Final 8: 03/06
Final 9: 04/06
Final 0: 05/06

Para quem ganha mais de um salário mínimo:

Final 1 e 6: 01/06
Final 2 e 7: 02/06
Final 3 e 8: 03/06
Final 4 e 9: 04/06
Final 5 e 0: 05/06

Por R7

Bolsonaro exonera Maurício Valeixo, diretor-geral da Polícia Federal



O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, levado ao cargo pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro foi exonerado do cargo nesta sexta-feira (24). O decreto foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e foi publicado no Diário Oficial da União.



Não há ainda um substituto para o comando da PF.

Sergio Moro afirmou na quinta ao presidente Bolsonaro que deixaria o governo se o diretor-geral da PF fosse demitido, segundo informaram as colunistas do G1 e da GloboNews Cristiana Lôbo, Andreia Sadi e Natuza Nery.

A reunião com Moro foi o primeiro compromisso na agenda oficial de Bolsonaro na quinta, às 9h. O presidente comunicou a Moro que substituiria o delegado Maurício Leite Valeixo do comando da PF.

Oficialmente, a assessoria do ministério negou que Moro tenha chegado a pedir demissão, mas não comentou as divergências entre o ministro e o presidente.

Questionado por apoiadores no fim da tarde, ao chegar à residência oficial do Palácio do Alvorada, Bolsonaro não respondeu.


Relatos obtidos pelo blog da jornalista do G1 e da TV Globo Andréia Sadi indicam que não houve uma justificativa clara apresentada para a substituição. Segundo esses relatos, o problema para Bolsonaro não é Maurício Valeixo, e sim o próprio ministro.

A intenção, segundo interlocutores, seria colocar na PF um nome próximo do presidente. O atual diretor-geral é visto como um "braço direito" de Sergio Moro na pasta. Com a troca, a avaliação é de que o sucessor não teria um perfil similar.

Valeixo foi superintendente da PF no Paraná durante a operação Lava Jato, quando Moro era juiz federal responsável pelos processos da operação na primeira instância. O ministro anunciou a escolha de Valeixo em novembro de 2018, antes mesmo da posse do governo Jair Bolsonaro.

Ao escolher Moro para o cargo, em 2018, Bolsonaro havia prometido "carta-branca", de maneira a que o trabalho do ministro não sofresse interferências. Mas, desde então, Bolsonaro e Moro acumulam divergências.

Associações reagem

Em nota divulgada na quinta, a Associação de Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) criticaram o retorno da possível substituição do diretor à pauta do governo.

"Essas especulações, infelizmente, prejudicam a estabilidade da Polícia Federal, a sua governança e colocam em risco a própria credibilidade na lisura dos trabalhos da instituição. O problema não reside nos nomes de quem está na direção ou de quem vai ocupá-la. Mas sim, na absoluta falta de previsibilidade na gestão e institucionalidade das trocas no comando", diz o comunicado.

"Nos últimos três anos, a Polícia Federal teve três Diretores Gerais diferentes. A cada troca ou menção à substituição, uma crise institucional se instala, com reflexos em toda a sociedade que confia e aprova o trabalho de combate ao crime organizado e à corrupção."

A nota também pede que o Congresso aprove projetos que garantam um mandato por prazo determinado à direção-geral da PF e a autonomia da corporação. "Somente tais medidas irão proteger a PF de turbulências e garantir a continuidade do trabalho de qualidade prestados ao Brasil", dizem as entidades.

Por G1

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

DECRETO DE 23 DE ABRIL DE 2020

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso XXV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 2º-C da Lei nº 9.266, de 15 de março de 1996, resolve:

EXONERAR, a pedido,

MAURÍCIO LEITE VALEIXO do cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Brasília, 23 de abril de 2020; 199º da Independência e 132º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO