Quatro anos depois da grande desmobilização de mão de obra que deixou mais de 40 mil pessoas sem emprego, a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) voltará a fazer demissões em massa. A Qualiman Engenharia e Montagens comunicou, nesta segunda-feira (10), a rescisão do contrato com a Petrobras ao Sindicato da Construção Pesada (Sintepav-PE). A decisão implica na demissão de todos os 1,2 mil funcionários que atuam na empreiteira, responsável pela construção da unidade de abatimento de emissões (Snox) – uma das estruturas mais importantes para o funcionamento e o licenciamento operacional da planta de refino.
A Qualiman, que atua na Rnest desde 2017, informou ao sindicato que a decisão foi baseada no não cumprimento de obrigações contratuais por parte da Petrobras. Essas diferenças teriam causado um prejuízo de R$ 104 milhões à empreiteira durante este ano. Atualmente, a Qualiman é a maior empregadora da refinaria, de acordo com o Sintepav-PE. Ela ocupou o espaço deixado pela Alumini Engenharia (ex-Alusa), anteriormente responsável pela construção do Snox e de outras estruturas, depois que a empresa teve desentendimentos com a Petrobras sobre valores de contrato.
A saída da Alumini do canteiro da Rnest, em 2014, deixou aproximadamente 5 mil pessoas desempregadas e sem o pagamento de verbas rescisórias. Na época, a Alumini, uma das investigadas pela Operação Lava Jato, reclamava um débito de R$ 1,2 bilhão da Petrobras. Em recuperação judicial, a Alumini ainda não pagou a totalidade dos débitos trabalhistas aos ex-trabalhadores da Rnest.